Era
pra ser uma pergunta bem simples: “Prefere mulher depilada ou
peludinha?”
Caí
na besteira de confessar minhas opções (as raspadinhas), e não deu
outra, fui rotulado. Mas as raspadinhas se parecem com xoxotas de
crianças, logo, você gosta de crianças, logo, és pedófilo. Puts!
Será?
Será
que pelo simples fato de um homem preferir mulheres que carreguem
traços neotênicos faz dele um estuprador de vulneráveis? Não
seria aceitável que o homem, até pelo processo evolutivo, sinta
certo tipo de atração por uma fêmea jovem, que carregue consigo a
capacidade reprodutiva, diga-se de passagem, a maneira pela qual a
espécie se prolifera? Saiamos então do campo da ciência e partamos
para o campo dos afetos.
Nutrir
desejos por mulheres mais jovens, ou melhor, por aquelas que
aparentam ser mais jovens, consequentemente mais belas e “durinhas”
não é algo que deva ser recriminado ou mesmo criminalizado. É
apenas uma questão de gosto.
Há
os que preferem as “cheinhas”, outros as magricelas. Alguns se
esbaldam com uma coroa e já outros se acabam com uma novinha. Também
tem aqueles mais estranhos que preferem apanhar, bater, lamber os
pés, e serem pisados por saltos-agulha com uma combinação perfeita
de chicotes, algemas e parafina derretida, também existe uma parcela
significativa que gostam de dominar, amarrar, chamar de puta, cadela
e outros adjetivos “carinhosos”.
Os normais (normais?), são carinhosos, atenciosos apagam a luz para poupá-las do constrangimento de verem sua estrias e celulites, colocam aquela música romântica de fundo para dar um clima.
Os normais (normais?), são carinhosos, atenciosos apagam a luz para poupá-las do constrangimento de verem sua estrias e celulites, colocam aquela música romântica de fundo para dar um clima.
Quase
esqueci de falar dos mais estranhos ainda, que se excitam vendo suas
parceiras serem possuídas por um “negão da picona” enquanto
observam pelo buraco da fechadura do armário. Gosto é gosto, eu não
discuto.
Agora,
tem os doentes, estes sim, são um perigo. Sentem atração por
crianças, guardam material pornográfico infantil em seus
computadores, molestam filhos de vizinhos, amigos e até os seus
próprios, estupram e matam. E com esse tipo de animal eu não quero
ser comparado quando digo que gosto de mulheres magras, pequenas e
que raspem os pelos pubianos.
A
mulher que não percebe que ao se maquiar com espessas camadas de
corretivo, ao pedalar o “tour de france” nas ergométricas de
academias, ao arriscarem sua saúde em regimes absurdos e entrarem na
“faca” de cirurgiões açougueiros, estão criando um padrão de
beleza que estimula esse desejo pelo que é mais jovem, ou aparenta
ser, estão redondamente equivocadas.
Ah,
mas eu estou apenas cuidando da minha saúde! Ah vá! E precisa
colocar aquele decote mostrando a auréola do peito? Precisa colocar
um shorts tão apertado na frente que podemos distinguir lábios
inferiores e clitóris, e tão enfiados no cu que nem precisa fazer
depilação anal, pois as fibras de tecido se encarregam de fazer o
serviço? Isso tudo é pra saúde? Saúde de quem?
Parece
uma crítica perversa o que estou fazendo (e é), mas a mulherada
precisa se valorizar. Não estou dizendo para vestirem uma burca,
jamais, apenas digo que não precisam exagerar. Nós homens já temos
imaginação em demasia fértil para criarmos nossas fantasias com
vocês.
Fugi
um pouco do tema, mas retorno à ele. Respeitar o gosto do outro sem
rotular, é um exercício de sabedoria. Nós homens somos rotulados o
tempo todo por mulheres e acreditem (sei que acreditam) fazemos isso
com vocês o tempo todo. São vadias, galinhas, putas, promíscuas,
feministas, burras quando loiras, metidas quando inteligentes, loucas
quando implicam e santas quando calam.
Mesmo assim somos profundos admiradores de todas. Das tísicas às obesas, das “fionas” às princesas, das putas às santas e obviamente, das novinhas às lobas, e nunca deixará de ser assim. Precisamos uns dos outros e essa misoginia e misandria que verifico na sociedade líquida, só prejudica os relacionamentos por vezes tão estranhos que tentamos desenvolver.
Mesmo assim somos profundos admiradores de todas. Das tísicas às obesas, das “fionas” às princesas, das putas às santas e obviamente, das novinhas às lobas, e nunca deixará de ser assim. Precisamos uns dos outros e essa misoginia e misandria que verifico na sociedade líquida, só prejudica os relacionamentos por vezes tão estranhos que tentamos desenvolver.
Edson
Moura
Comentários