A Volta de Monteiro Lobato




Monteiro Lobato ficou petrificado quando São Pedro afirmou, veementemente, que se ele descesse à “Terra Brasilis”, seria escorraçado. Mas depois de tanto insistir, o escritor renomado recebeu o aval do Santo Porteiro do Céu para retornar a sua velha terra.

Monteiro Lobato (1882 ― 1948) estava bem lembrado de que em nenhum lugar fora do Brasil tinha recebido tão grande acolhida. Lembrou-se, que certa feita, São Pedro havia lhe contado do enorme sucesso que fizera o seu “Sítio do Pica Pau Amarelo” na Televisão.  

Afinal, seus livros estavam registrados no Canon Sagrado das escolas brasileiras. Por que seria então mal recebido entre os seus pares, agora? ― perguntava a si mesmo.

Na sua longa caminhada sonhou que suas obras estavam sendo proibidas nas escolas primárias e secundárias, após discussões até certo ponto acirradas. Em sonho, via os filhos daqueles que antes o aplaudiam. gritando de punhos erguidos: Pre-conceituoso! Racista! Reacionário! Coxinha!, e outros termos afins.

Foi recebido em Brasília num clima fúnebre. Apenas uns cinco ou seis gatos pingados do grupo taxado de “politicamente incorreto” foram se solidarizar com o velho contador de histórias que tanto embalou os sonhos da “velhite” atual, nos tempos em que eram meninos imberbes.

Lobato quase caiu duro ao não encontrar mais nas prateleiras das bibliotecas oficiais nenhuma obra sua. Tomou um anti-hipertensivo antes de receber a notícia de que seu livro, “Caçadas de Pedrinho”, o tinha levado ao STF, ― segundo o MEC, em defesa dos direitos humanos. Lobato ouviu, abismado, a troupe governamental do Conselho Nacional de Educação da Presidência da República dizer que houve crime de racismo pelo que desrespeitosamente escreveu oitenta anos atrás (1933): “Tia Anastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão. Não é à-toa que macacos se parecem tanto com homens”.

 Monteiro Lobato, que dedicou toda a sua vida a escrever histórias infantis, jamais imaginou que esse trecho por ele escrito seria a gota d’água para, moralistas que vêem o mundo de ontem com os olhos de hoje, taxá-lo de racista. A mediocridade do hipócrita social que não enxerga seus monstros interiores, chegou ao ponto de instaurar um processo para macular o autor depois de morto, e censurar a leitura de sua obra nas escolas do país.

Monteiro Lobato, perplexo com a pecha de racista, termo nunca aventado em sua época, foi enfim convocado pelo CNE a depor sobre o racismo presente em suas obras. O ministro da Cultura do Governo exigiu que ele fizesse uma reedição de partes de suas obras, eliminando frases jocosas e politicamente incorretas para o momento atual.

De nada adiantaram os argumentos proferidos por Lobato, como o de que não seria recebido no Céu se usasse da hipocrisia, ao desdizer o que com sinceridade pintou sobre a Tia Anastácia em épocas passadas, quando não havia certos ativismos.  A polêmica piorou quando Monteiro Lobato tentou explicar que na época em que escreveu suas obras infantis, a sociedade se comportava diferentemente, isto é, sem as nuances de hipocrisias que reinam hoje.

A pressão ideológica do grupo “vocacionados para a perfeição” e que não admite a contradição moral, foi tão intensa, que o suposto caso de racismo do autor do “Sítio do Pica Pau Amarelo” foi levado ao STF. E o pior é que não houve acordo entre as partes, para tristeza de Lobato.

“Quando o patrulhamento ideológico chega a interferir em obras literárias do passado de um povo, é sinal de que o Apocalipse da humanidade está próximo” ― disse São Pedro, pousando uma de suas mãos no ombro direito de um Lobato inteiramente desapontado com o nível de hipocrisia de um “povo” maníaco pelo “politicamente correto”.

Andando pelas alamedas celestiais, São Pedro encontra Machado de Assis, e lhe faz uma advertência: “Cuidado, você será o próximo a ser censurado!”.  Machado conjecturou em silêncio: “só pode ser sobre meu livro, Memórias Póstumas de Brás Cubas!”. É que em certo ponto de seu romance, esse venerável escritor descreve o desregramento do “menino diabo”. “O menino se aproveitava do fato de seu apelido de infância ter sido aprovado pelo pai (Brás Cuba) e, divertidamente, quebra a cabeça de uma escrava que lhe negara um doce, além de fazer do pequeno escravo, Prudêncio, o seu cavalo ou montaria.”

“Sou mole mesmo, só eu é que estou pagando o pato por ter dito o que todo mundo gostava de ouvir!” ― desabafou Monteiro, profundamente irritado.


Por Levi B. Santos

Guarabira, 12 de janeiro de 2014


Site da Imagem: Blogdacompanhia. com

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
Levi, o texto ficou ótimo!

Essa questão do revisionismo esquerdista do politicamente correto não tem limites. O primeiro foi Lobato, quem serão os próximos? Pelo Visto Machado já está com as barbas de molho!
Que pretensão maluca é essa de querer refazer o passado à imagem e semelhança do atual pensamento esquerdista mundial?

sem querer negar o racismo que podemos ver em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil, ninguém deveria ter a pretensão de reescrever a história a partir de modernas ideologias que se apresentam como "puristas" e "humanistas", mas que desejam de fato, o domínio das mentalidades e das consciências.
Levi B. Santos disse…
Segundo a pesquisadora de literatura infanto-juvenil da UniCAMP, Marisa Lajolo , Monteiro Lobato sempre foi o bode expiatório do grupo do “Politicamente correto em Literatura”.

Olha só, Edu, o que disse a doutora da Unicamp:

”O Monteiro era freguês de caderneta da Censura. Suas obras já foram queimadas em praça pública. Na primeira metade do século XX, ele foi censurado primeiro por ser ateu, depois por discordar da política brasileira do petróleo. Agora ele é visto como racista e preconceituoso pelo que escreveu há oitenta anos. “Santa” burra inquisição, essa, em plena pós-modernidade.

Lembro que quando fazia a 1° ano científico no Liceu Paraibano, em 1963, o meu professor de Português de sobrenome Vianna, dizia em alto e bom som, que a Literatura de Lobato era um lixo, aconselhando a quem possuísse um livro desse autor, que fizesse um grande favor ao país, queimando-o.

E o que quer a canalhice que domina o mundo da cultura governamental?

Ela deseja, inconscientemente, a volta dos velhos tempos, sob o rótulo de que está fazendo o correto em nome da virtude, do amor e do respeito ao ser humano.

Como diz Pondé:

A praga do P.C. diz amar toda forma de vítima social, mas isso não passa de marketing
Caro Edu,

Não acho que possamos vincular esse tipo de censura à esquerda. É uma atitude da esquerda burra e que pode ser cometida também pela direita ou por qualquer um que que tenha a pretensão de ditar o que é politicamente correto. Lembremos que o nazismo, um regime considerado de extrema-direita, chegou a proibir a leitura do Antigo Testamento da Bíblia porque se tratava de uma coletânea de livros judeus.
Prezado Levi,

Bom texto que o confrade nos brindou.

Levando adiante esse pensamento censurador e obtuso, não vai demorar para alguém também levar a Bíblia Sagrada para o banco dos réus, incluindo no pólo passivo Moisés, Davi, Salomão, os profetas, os evangelistas, Paulo e até o nosso Senhor Jesus Cristo pela incitação ao preconceito. Moisés sairia condenado por incitar o homicídio contra pederastas e adúlteros e uma boa parte das Escrituras passariam a ser editadas com restrições. Paulo então seria então acusado de ser homofóbico e de discriminar mulheres tendo em vista o teor de suas epístolas.

Contudo foi o próprio Paulo quem teria orientado seus leitores a examinarem tudo retendo o que fosse bom (1Ts 4:21). Logo, se o brilhante escritor Monteiro Lobato teria expressado coisas que hoje seriam entendidas como de cunho racista, sem que em sua época ele viesse a ser questionado pelo que expôs, devemos extrair daí um aprendizado capaz de nos ensinar como uma sociedade consegue se bitolar e se alienar dentro de seus valores. Recordo que, no final dos anos 90, um senhor com seus 65 anos de idade, usou com normalidade a expressão "não vou dar uma de preto" o que significava não ser desonesto. Para ele não parecia ser perceptível o teor preconceituoso das palavras.

Agora permita-me um contraponto. Pensemos na formação das crianças e que elas precisam ter o primeiro contato com livros capazes de formar em si mesmas um caráter conforme os valores sociais de hoje. Assim, se há uma inadequação em Monteiro Lobato para esse fim, é recomendável que os pequeninos leiam esse autor quando estiverem um pouco mais crescidos.

E o mesmo não poderia ser dito em relação à Bíblia? Certamente que sim. Pois, considerando a cabecinha das crianças ainda em formação, importa que até na formação cristã, isto é, na catequese, elas sejam bem orientadas por um professor. Este lhes apresentará partes da Bíblia através de histórias ilustradas.

De qualquer modo, jamais se aplica a censura. A edição de nenhum livro deve ser proibida. Nem mesmo os de Adolfo Hitler como os dois volumes de Mein Kampf(1925/26), a "Bíblia Nazista", onde a besta expressou suas ideias antissemitas, racialistas e nacional-socialistas então adotadas pelo partido nazista na Alemanha. Afinal, o ser humano deve desenvolver o seu potencial de discernimento afim de poder examinar todas as coisas e escolher o que realmente seja proveitoso e edificante.

Abraços.
Em tempo!

Esta postagem me fez recordar dos tempos de criança quando a TV Globo exibia o Sítio do Picapau Amarelo e nada mais foi como antes.

Apesar de Monteiro Lobato ter desencarnado várias décadas antes de meu nascimento, suas histórias ainda fizeram parte de minha época infantil. Aos doze anos, pude então visitar a sua casa em Taubaté numa excursão que havia feito a São Paulo, depois de ter brincado no Playcenter.
Em tempo 2!

Há que se considerar que Monteiro Lobato era parte de uma geração que viu a república brasileira nascer como sendo uma irmã mais jovem. Em sua infância, ele ainda pegou o final da escravidão negra e testemunhou os tempos de mandos e desmandos do coronelismo. Finalmente viu o Brasil se industrializar com a Revolução de 30 e, antes de Vargas criar a Petrobrás, ele já defendia a exploração desse combustível nas terras brasileiras.

Ora, não teria sido Lobato uma mente a frente de seu tempo?
Mas é claro que pode se vincular a esquerda. E ao meu ver não existe o antagonismo "burra x inteligente" quando se fala em "esquerda".

Não se pode semear o terreno sem antes este ser arado e preparado. Não se pode infiltrar uma ideologia na mente de alguém sem que antes seu pensamento seja direcionado a recebê-la. Mão Tse-Tung sabia disto, e assim nasceu a Revolução Cultural na China, a partir de 66. E aqui o que temos hoje??? Um partido que nunca escondeu sua simpatia por pessoas como Tse, Fidel, Che, Chavez, e que fundamenta sua ideologia politica por meio das diretrizes que estes utilizaram. A proximidade e o intuito são muito semelhantes. Atentamos aos passos que cito abaixo e aos fatos que estão ocorrendo, e não teremos como negar que a um esquerdismo escancarado por trás de tudo isso. Com uma roupinha nova é claro!!!

1 - Revolução Cultural (a mil)
2 - Amizade com Regimes Comunistas (não é novidade)
3 - Censura (em execução)
4 - Reforma Agrária em Moldes Soviéticos (MST)
5 - Censura Formal (Lei da Mordaça, Conceções de TV e Radio , Caso do Lobato e dos que ainda virão)
6 - Perseguição a Religião (bem na miúda por enquanto)
7 - Unasul (realidade desde 2008)

Tudo isso me leva a perceber exatamente o que aconteceu na URSS, na China e na Guerra Civil Espanhola. Não quero ser sensacionalista e nem extremamente pessimista, mas é chegada a hora de o brasileiro deixar de lado a ingenuidade e ver a realidade de forma nua e crua, como ela é de fato. As coisas estão acontecendo, e as evidências estão ai.

Abraço.
Em tempo,

Ouvi uma piadinha a algum tempo que vem bem a calhar com estas conversas de revolução cultural, relativismo moral e censura kkkk

"cresci em um tempo em que fumar era bonito e dar o fiofó era feio... Hoje fumar é feio e dar o fiofó é lindo. Preciso ir embora logo, antes que aqui dar o fiofó seja obrigado por lei."

Será que posso ser processado???

Abraços!
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo, essa onde politicamente correta é obra e graça do esquerdismo atual.

Um texto interessante de Flávio Morgenstern diz:

"Como a esquerda, após a experiência do totalitarismo socialista, já não detêm mais o controle total do aparato estatal (a não ser em casos emblemáticos como Cuba, Coréia do Norte...) não pode mais criar uma polícia política e nem prender por pensamentos anti-revolucionários quem lhe der na telha.
Nasce, assim, o progressismo, o novo nome do comunismo...Ao invés de proteger “os proletários” assim, todos de uma vez (mesmo porque quase ninguém mais é “proletário”), defende-se grupos específicos de vítimas, que passam a ser defendidos escolhidos a dedo pelo poder estatal...Se na Venezuela o alvo são “sabotadores” e quem ofenda a imagem de Hugo Chávez, no Brasil são escolhidos grupos pelo tripé gênero-raça-sexualidade, conforme foi comum à esquerda americana, embebida das teses de Michel Foucault sobre a “sociedade disciplinar”...
Assim, não se defende mais o direito à vida, à liberdade de opinião e de expressão, à liberdade de culto. Defende-se, muito ao contrário, uma hipersensibilização apenas de grupos específicos...
Olhar de uma forma que a pessoa não goste já te encaixa em alguma forma de “agressão”. Fazer piadinha, não dar o mesmo nível de preferência (por exemplo, achar que um homem costuma dirigir melhor do que uma mulher), não “aceitar” em sua própria privacidade, ou mesmo elogiar de uma maneira que seja considerada desagradável – tudo isso deve ser criminalizado..."

http://www.implicante.org/blog/a-pl-122-e-a-kgb-da-democracia-socialista/

Ou seja, é o tal do politicamente correto que agora, quer criminalizar o pobre do Lobato.
Eduardo Medeiros disse…
que ele teve obras queimadas eu nem sabia!
Nobre Amigo Eduardo,

"hipersensibilização"

Não há necessidade de se dizer mais nada.

Viva lá revolucion!!! SQN
Levi B. Santos disse…
O governo insano que deseja destruir e queimar as histórias infantis do Lobato não está pensando no ensino da criançada. Está sim interessada no patrulhamento ideológico, e com isso, tirar proveito para se eternizar no poder

Para esse governo o "politicamente correto" é o alardear que tem o maior programa de distribuição de renda do mundo (o bolsa família).

Para ele é politicamente incorreto dizer o óbvio, que tem o maior programa de compra de votos do planeta.

Levi B. Santos disse…
Também contar coisas sobre minha infância é altamente perigoso. Não sei quantas vezes ouvi de meu pai: "Seja Homem, e não Maricas!" (kkkkk)
Levi B. Santos disse…
Naquele tempo realmente não sabíamos que pré-conceito era preconceito. Agora a cantiga é outra. (rsrs)
Caros amigos,

O que eu quis dizer acima foi que não se pode generalizar a "esquerda" (não sei qual(is) o(s) conceito(s) dos senhores) e até mesmo o governo federal visto que este é um loteamento de grupos muitas das vezes com pensamentos até divergentes em vários aspectos. Tanto com o PT como na era FHC e suponho que antes também.

Particularmente eu me considero um democrata de esquerda. Ou melhor, de centro-esquerda. Isto porque busco mudanças e não estou satisfeito com a situação política, social, econômica e cultural do nosso Brasil (e também do mundo). Não quero caminhar rumo ao conservadorismo do passado, o que me retira da direita, mas quero que, com moderação, determinadas mudanças ousadas possam ser concretizadas afim de que vivamos num ambiente sem injustiças. Algumas transformações precisam ocorrer com urgência enquanto que outras precisam ser pensadas e repensadas. E nem tudo que um grupo esquerdista defende vai de encontro ao ideal de se reparar as injustiças.

Compartilho da ideia de que hoje não dá para um cidadão de bom sendo que, não sendo da elite ou parte do plano de poder desta, consiga ser conscientemente de direita a ponto de querer manter o status quo vigente. Até os deputados da oposição precisam adotar o discurso da mudança, defendendo que pareçam ser progressistas afim de atenderem à voz das ruas...

Mas a verdade é que patrulhamento ideológico foi uma prática originada na direita. Veio lá da Inquisição do Catolicismo Romano, foi usado pelos reis do Absolutismo, pelo Estado-burguês do século XIX, pelos regimes nazi-fascistas e, finalmente, pelos regimes totalitários de esquerda como a China de Mao, a ex-URSS de Stálin e a Cuba da família Castro. E, no século XXI, vimos a Venezuela e outras pré-ditaduras da América do Sul, bem como a nossa hermana Argentina criando sias norma de censura com a justificativa às vezes de "democratizar a mídia".

Não nego que se deva ficar atento a essas mudanças que muitos dentro e fora do governo tentam colocar em curso no país. Não é a posição fechada de Dilma a respeito disso embora a nossa mandatária possa ter lá suas preferências ideológicas sobre as quais não tem se manifestado. Logo, não podemos ser ingênuos e permitir que essa esquerda hoje no poder dê suas guinadas à direita. Pois a censura e o patrulhamento ideológico seriam justamente retrocessos direitistas a meu ver.

Na ex-URSS, Stálin cometeu o erro histórico de interromper o curso revolucionário socialista que, se fosse praticado com seriedade, iria, por fim, abolir o próprio Estado. Na verdade, aquele que foi um dos piores ditadores da história do século passado (há quem diga que ele matou mais gente do que Hitler), acabou se tornando um tremendo direitista. Mas, se pensarmos profundamente, a própria revolução bolchevique pode ter sido um erro já que tentou chegar ao poder pela via da força e da violência da luta armada ao invés de encarar o longo processo educativo de um povo.

Portanto, meus amigos, evitem o mal da generalização.
Matheus,

Desde quando a proposta da União de Nações Sul-Americanas. a UNASUL, seria uma plano "esquerdista" de poder? Quer dizer que a Europa e outros países do mundo podem ser organizar para enfrentar os desafios de uma economia globalizada enquanto que a América Latina permaneceria vulnerável às maiores potências?

Como respondi abaixo a todos os que comentaram, pode-e dizer que existe sim essa distinção entre esquerda "burra" e "inteligente". Quanto ao restante que o confrade escreveu, a resposta encontra-se contemplada no comentário abaixo feito há pouco.

Inté.
Oi Edu,

De fato, essa onda do politicamente correto pertinente ao texto postado pelo Levi encontra espaço no atual esquerdismo fajuto do governo. Nunca da esquerda como um todo. Que fique bem claro!

Por outro lado, quem garante que todo governo e toda sociedade não busque estabelecer o que seja politicamente correto? Talvez seja algo que faça parte da mediocridade humana... Até que surgem situações ridículas capazes de expor as contradições comportamentais como estamos vendo agora com o Monteiro Lobato.

Abraços.
Em tempo!

Quanto ao texto que transcreveu, cujo título no sítio indicado é A PL 122 e a KGB da “democracia socialista”, tentando se opor à luta por direitos humanos das minorias homossexuais, observo ali um excesso cometido propositalmente pelo seu autor da mesma maneira que existem excessos nos grupos de defesa dos gays e das lésbicas.

Vale ressaltar que as esquerdas norte-americanas e europeias são, em grande parte, democráticas e até mesmo liberais, convivendo bem com a economia de mercado. Mesmo na época do muro de Berlim, eis que, quando os socialistas chegaram ao poder em determinados países da Europa Ocidental, eles souberam conceder direitos sociais e tratar da economia e da política com a devida moderação.

Assim fez o PS em Portugal quando os comunistas deixaram o poder após a Revolução dos Cravos. Esta acabou com o regime salazaristas, mas, por pouco, havia levado o país para o controle reacionário do PCP. E se não fosse a esquerda liberal, a história portuguesa teria sido um desastre...

Cá na América Latina, os seus países são carentes de uma esquerda liberal que realmente promova um socialismo maduro, democrático e pacífico. Pois, quando os partidos não se tornam simpatizantes com a ortodoxia comunista dos regimes totalitários passados, a exemplo da Venezuela de Chaves e de Maduro, ocorre um outro tipo de degeneração. Ou seja, os partidos de esquerda tornam-se meramente agremiações ideológicas de fachada, corrompendo-se com a direita. E, no nosso país, diga-se de passagem, sofremos aí deste grave mal pois nem todas as legendas que usam o "S" são realmente comprometidas com o socialismo...
Nobre Amigo Rodrigo,

A respeito da UNASUL:

"Este Bloco – estipulado nos moldes da União Européia como união política e econômica, com moeda única e parlamento comum – é divulgado como a última salvação econômica da América do Sul, como se o simples ingresso no mesmo fosse tornar qualquer país sul-americano desenvolvido instantaneamente.

E promessas como esta atraem mentes ingênuas...

A Unasul é apenas uma mal-disfarçada tentativa de implantar na América do Sul um regime ditatorial comunista, exatamente igual ao que foi feito na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a extinta URSS. Diríamos que a Unasul é tão-somente a URSS trazida para a América.

E quem deseje confirmar tal coisa, basta abrir os olhos e analisar as pistas que a própria Unasul nos dá...

Não por coincidência, sua bandeira carrega as cores vermelho-sangue e amarelo... exatamente as mesmas da bandeira da URSS, ainda hoje utilizadas pelo Partido Comunista.

A Sede da Unasul seria em Quito, Equador... o Equador do socialista Rafael Correa.

O Parlamento da Unasul seria Cochabamba, Bolívia... a Bolívia hoje dominada pelos comunistas de Evo Morales.

E o Banco do Sul, o centro financeiro do Bloco, por onde circularia a moeda única (que Evo Morales sugeriu chamar-se “pacha”: “terra”, em idioma quíchua...) seria... em Caracas! Caracas, a capital venezuelana, do déspota totalitarista e falecido Hugo Chávez... que nunca escondeu seu desejo tão caro de estabelecer uma união das nações do Sul, como propôs Bolívar....
Estas pistas revelam bem o que, realmente, é a Unasul: uma tentativa – já uma realidade política – de implantar na América Latina uma nova URSS.

A diferença entre União Soviética a União das Nações Sul-Americanas é tão somente o método de implementação: a URSS foi implantada de chofre, por uma revolução violenta e anárquica; hoje, como já não se dá mais valor a estas revoluções – o mundo está cansado de revoluções que no final tornam tudo pior do que era antes – a Unasul é implantada aos poucos, gradativamente, de forma sutil, em um movimento lento, cuja intenção é desviar as atenções. E, de fato, quase ninguém está percebendo para onde estamos caminhando.

No Brasil, onde a ingenuidade chega às raias da ignorância, o povo não percebe a que ponto está sendo conduzida a lenta revolução comunista do governo Lula/Dilma. É incompreensível que o povo brasileiro se deixe seduzir por promessas de milagres econômicos e feche os olhos à realidade: em breve, neste caminho, o Brasil se tornará uma república socialista, de regime ditatorial!"

Ai meu camarada,

Salve-se quem puder! E aos que temem a Deus resta gritar:

"Deus nos acuda"
Em tempo:

Mas lhe respeito por acreditar e ter esperanças de que tudo isso seja apenas ideias de conspirações. Até eu torço para que de fato sejam. Mas é claro, com os olhos bem abertos!

Abraço.
Levi B. Santos disse…
Matheus e Rodrigo

Precisamos refletir sobre o que diz o Manual do ”politicamente Correto”, a respeito do que é ser de direita e ser de esquerda. E também refletir sobre o que diz os “politicamente incorretos” sobre a “direita e a esquerda”.

O que eu vejo como uma burrice lastimável, é o radicalismo de qualquer um dos lados em querer destruir, queimar ou apagar fatos do nosso passado histórico, para que os nosso filhos e netos, no futuro não sejam racistas e preconceituosos. Acho que por baixo dessa bondade e generosidade há um rio a correr em sentido contrário. (rsrs)

Dilma, diz hoje que estão querendo solapar seu governo com a tal da ”Pressão Psicológica”

Em essência, não vejo diferença entre o que pretende o slogan “Pressão Psicológica”, da presidenta, e o bordão antigo ”Ame-o ou Deixe-o” bradado no período de governo militar.
Eduardo Medeiros disse…
Essa frase merece destaque...rss
Caro Matheus,

Não há nada acertado acerca da UNASUL e a sua formatação poderá ser de diferentes maneiras. Inclusive nos moldes da UE.

Não se cometeria novamente os erros da ex-URSS. Na UNASUL os Estados permaneceriam independentes como que formando uma confederação. E seria ótimo que esse sonho se tornasse real promovendo uma globalização ativa e igual de todos os membros, regiões e cidades.
Em tempo (mais uma vez)!

Nunca nos esqueçamos que o debate é sempre via de mão dupla. Inclusive em âmbito internacional.

Abraços.
Caro Matheus,

Eu poderia ter me tornado um opositor da globalização por causa do predomínio das ideias neoliberais dos anos 90. Contudo, minhas ideias sociais levaram-me a repensar o modelo globalista e a defender uma alternativa que eu chamaria de solidária.

Aí voltando à UNASUL, deparamo-nos com forças como alguns países que seguem a linha da Venezuela tentando impor suas tendências fascistas com trajes de esquerda. Porém, há que se buscar sempre o diálogo.

Primeiramente, a formação de um bloco econômico na América do Sul é uma necessidade, assim como, em segundo lugar, viria a integração dos povos latinos do continente. Mas se na política há dificuldades, penso que os obstáculos precisam ser contornados.
Eduardo Medeiros disse…
Que o Brasil está tomando rumos bem à esquerda autoritária parece claro, apensar de sutil. Vejam o que o irmão do Genuíno, o deputado do PT José Guimarães declarou:

Em entrevista gravada para o site do PT, o deputado federal José Guimarães (PT-CE), irmão do réu do mensalão José Genoino, disse que após as eleições o partido iniciará o processo de “regulamentação das comunicações”, “quer queiram, quer não queiram”...De acordo com o parlamentar, o partido foi vítima de uma “ação orquestrada pela mídia”. A crítica referia-se à reportagem publicada pela revista Veja que associou Lula ao crime do mensalão. Guimarães disse ainda que a situação “foi além do limite”, e que, por causa disso, o PT teria que enfrentar a questão...

Pra quem não se lembra, Guimarães ficou conhecido nacionalmente em 2005, quando seu então assessor foi detido no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, carregando R$ 200 mil em uma mala e US$ 100 mil na cueca...

pois é...
Eduardo Medeiros disse…
http://folhacentrosul.com.br/geral/2935/deputado-irmao-de-jose-genoino-diz-que-pt-ira-calar-a-midia-a-forca-depois-das-eleicoes
Em muita coisa estamos de acordo, Levi.

Sou contra que, em nome de uma bandeira anti-racista, resolvam engaiolar as consciências das pessoas a ponto de podar a nossa cultura.

Já pensou se, por causa da defesa dos gays, resolvem restringir a expressão artística nos programas de humor da televisão?!

Enfim, sou contra todo patrulhamento ideológico e pra mim se trata de uma medida direitista de modo que qualquer regime dito de esquerda que dele se utiliza degenerou-se politicamente falando.
Caro Eduardo,

O Genuíno antes de se achar envolvido no escândalo do Mensalão era considerado a banda boa do PT pelos liberais.

Sobre regulamentar as comunicações, há que se refletir ponderadamente. Se por um lado esta proposta não pode vir como uma nova censura, eis que também não podemos permitir que grupos poderosos de mídia monopolizem ou formem oligopólios no país inteiro. Busquemos, pois, nos Estados Unidos uma boa inspiração para restringir o abuso de poder, bem como vamos debater mais ideias que possam tornar a mídia realmente democrática e que dê voz à sociedade civil organizada, tornando um direito legal que associações de moradores, ONGs e sindicatos tenham direito de voz em todos os meios.

Por outro lado, lembro que a internet enfraqueceu o poder dos grandes grupos fazendo com que a TV dividisse a audiência com as redes sociais nas quais a emissora passa a ser qualquer cidadão comunicativo.
Eduardo Medeiros disse…
verdade, Rodrigo. Se por um lado é desejável que as comunicações não fique restrita a um pequeno grupo, toda "regulamentação" que vier do PT já me deixa com a pulga atrás da orelha.
Levi B. Santos disse…
O danando, Edu, é que essa regulamentação vem sempre de cima para baixo.
Os súditos não têm vez para dar pitacos (rsrs)