Memórias em guerra



O texto ficou um pouco extenso, mas vale muito a pena a leitura. 

Eduardo Medeiros.


A tensão pairou no ar anos atrás durante uma palestra do historiador Helmut Schnatz. Na plateia, pessoas que viveram o ataque devastador à cidade alemã de Dresden (fevereiro de 1945), relataram que, após os bombardeios, aviões britânicos em voos rasantes teriam perseguido os fugitivos que buscavam refúgio das chamas nos campos à margem do rio Elba ou no Grosser Garten - o grande parque no centro da cidade.


Mas o problema é que os fatos, contradiziam as lembranças. Os bombardeios levantou uma tempestade de fogo e fumaça tão violenta que seria impossível aos pilotos voar tão baixo sobre a cidade a fim de atirar em pessoas em fuga. A análise dos planos de ação da aviação britânica e de diários de bordo não oferecia nenhuma prova de uma caçada humana como as pessoas recordavam de forma tão vívida. Schnatz considerou aqueles voos rasantes um mito - mas um mito que permanece na lembrança de muitos habitantes de Dreden. 


A verdade é que as lembranças de um fato podem ser complexas e contraditórias. Outro caso curioso: durante a campanha eleitoral de 1980 para a presidência dos Estados Unidos, o então candidato Ronald Reagan, com lágrimas nos olhos, contou sua experiência como pára-quedista na Segunda Guerra: o piloto de seu bombardeio teria convocado a tripulação a saltar, depois de o avião ter sido atingido. Contudo, um artilheiro apresentava ferimentos tão graves que não tinha como deixar o avião. O heroico capitão lhe disse: "Não tem importância, filho. Se é assim, levamos juntos este caixote lá pra baixo".


O problema na narrativa do ex-presidente americano é que sua lembrança não era algo que ele próprio tinha vivido, mas era a cena do filme Uma asa e uma prece, de 1944. Mas Reagan tinha plena convicção de estar dizendo a verdade. O mesmo acontece com as testemunhas oculares do bombardeio a Dresden: embora equivocadas, suas lembranças têm forte conteúdo emocional. São memórias tão importantes que aqueles que vivenciaram os fatos não admitem perdê-las, tampouco os sentimentos a elas vinculados.


Paradoxal é, no entanto, a probabilidade de que esse seja também o motivo das múltiplas reformulações pelas quais passa aquilo que se viveu. Cada evocação de uma lembrança tem por consequência seu novo armazenamento. E é arquivado também o contexto de cada situação rememorativa, o que faz com que a lembrança original seja enriquecida de novas nuances, corrigida ou centrada em determinados aspectos, podendo mesmo ser reescrita.


Então, todo aquele que conversa sobre certas experiências com outros participantes desses mesmos acontecimentos terá sua visão retrospectiva fortemente influenciada por seus interlocutores. Em vivências tão drásticas como uma guerra, um fenômeno tem sido observado pelos pesquisadores sociais que é a padronização das lembranças, que assumem um formato comum, rememorado por todos. É a conclusão que chega a historiadora Joanna Bourke, do Birkbeck College, de Londres. É quase como se numa determinada fase de um guerra, todos os participantes vivessem a mesma coisa.


Geralmente são fatos extraordinários que geram as falsas lembranças. Membros de uma mesma base militar bombardeada, por exemplo, formam uma comunidade de lembranças que são trocadas, modificadas e reconfiguradas até que todos disponham de uma base semelhantes de histórias. Embora repousem sobre um fundo de experiência similares, são muitas vezes falseadas, reinterpretadas e geradas no processo comunicativo - assim conclui a historiadora.


Ao narrar sua história, no cérebro dos soldados ou das vítimas das bombas há mecanismos em ação que neurobiólogos e psicólogos apenas começam a entender. Sabe-se hoje que informações, episódios isolados e mesmo todo o desenrolar de acontecimentos podem ser integrados a conteúdos preexistentes  da memória. As "falsas lembranças" podem se alimentar das fontes mais diversas, para além daquilo que efetivamente se viveu: histórias de outras pessoas, romances, documentários ou filmes e mesmo aquilo que se sonhou ou fantasiou. Esse fenômeno se chama "amnésia da fonte". Com o avanço da idade, intensifica-se essa propensão do cérebro a lembrar-se das experiências de outros como parte da própria biografia.


O intrigante nessas lembranças "adquiridas" é que elas se apresentam "bastante vívidas aos olhos, como se tudo tivesse acontecido ontem" - como é o caso das testemunhas do bombardeio a Dresden, no final da Segunda Guerra. A representação visual de acontecimentos passados possui enorme força subjetiva de persuasão.  


E importante: acontecimentos deixam-se incorporar em nossa própria história tanto mais facilmente quanto melhor se encaixam no panorama da nossa disposição psíquica. Outra questão: as pessoas não se lembram das coisas da mesma forma, qualquer que seja sua idade. A memória autobiográfica demanda de início um longo período de desenvolvimento: ela surge apenas aos 3 anos - tudo que foi vivido antes sucumbe à chamada amnésia infantil. A memória autobiográfica só se desenvolve por completo no final da adolescência.


Pode haver uma explicação simples para o fato de testemunhas de uma época por vezes lembrarem-se do que viveram de modo bem diferente do que comprovam os fatos históricos. Essas pessoas talvez não estejam negando ou "recalcando" o passado. Antes, têm dele uma ideia de forte coloração emocional, que não se deixa alterar por aquilo que vieram a aprender depois - ou admite modificações apenas em pequenas medida.


Por fim, tudo isso nos mostra que história e memória são duas esferas fundamentalmente distintas. Enquanto a escrita da história busca uma verdade o mais objetiva possível - tendo para tanto desenvolvido técnicas de interpretação das suas fontes -, a memória relaciona-se sempre à identidade daquele que lembra. E recorda-se o que é importante para si mesmo e sobretudo para o próprio presente.


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postagem condensada de um artigo publicado na revista Viver Mente e Cérebro de janeiro de 2006

Ilustração: Desenho original do caderno Visões de guerra 1940-43, aquarela e grafite sobre papel de Lasar Segall(1891-1957)

Comentários

O que representa a verdade dos fatos para uma memória ferida?

Tenho pra mim que nossas memórias são conduzidas por sentimentos e que estes precisam de cura e não as lembranças.

Penso que um texto como este seja interessante para podermos debater sobre o processo de perdão.

Como alguém pode reeditar sua memória para conseguir lidar com os fatos passados que lhe causam mal? Ou melhor, como trabalhar com cada um desses sentimentos dolorosos que são acionados rapidamente através de qualquer coisa que lembre acontecimentos ruins?

Mas, na Bíblia, encontramos uma solução para o bem quando o profeta assim diz:

"Quero trazer à memória aquilo que me traz esperança" (Lamentações 3:21)

Mais do que nunca, palavras de ânimo e de encorajamento são capazes de mudar o humor e as expectativas das pessoas lesadas. Quando nos enchemos de mensagens positivas e verdadeiras (a Bíblia está cheia delas), renovamos nossas mentes e ganhamos uma força que eu chamaria de sobrenatural para vencermos os desafios de nossa caminhada.
Eduardo Medeiros disse…
Depois de ficar bem pensativo depois que li esse artigo, me veio uma ligação possível entre a "construção de memórias" com os relatos sobre a vida de Jesus.

Se pensarmos nas narrativas evangélicas como "memória", o que de fato elas são, até que ponto esse fenômeno de "lembrar do que nunca ouve de fato" pode ter influenciado tais narrativas?
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo, segundo as pesquisas que são citadas no texto, as memórias estão intimamente ligadas ao sentimento. Exatamente por isso, as pessoas constroem lembranças que nunca aconteceram com elas quando vivenciaram situações de grande tensão emocional:

"acontecimentos deixam-se incorporar em nossa própria história tanto mais facilmente quanto melhor se encaixam no panorama da nossa disposição psíquica."
Donizete disse…
Edu,

Ao finalizar a leitura do texto, tive a mesma impressão que você incluindo a inevitável conexão com o episódio de Jesus.

Sou 1oo% leigo em relação a fenômenos dessa natureza. Mas se de fato, o envolvimento em eventos de forte apelo emocional, como os citados acima, pode provocar a distorção na "construção de memórias" resultando assim numa descrição alterada daquilo que ocorreu na realidade, alguns fatos bíblicos, tais como, aparição de anjos (sempre em momentos cruciais) ou dos detalhes ligados a crucificação e morte de Jesus, poderiam ser explicados com esta ótica.

Não conheço toda a obra de Jung. mas no seu livro "resposta a Jó" ele faz menção a capacidade humana em fantasiar sob determinadas circunstâncias. Não sei se ele colocou em algum lugar o episódio de jesus com esta perspectiva.

Um assunto interessante para ser estudado.
Se pensarmos nas narrativas evangélicas como "memória", o que de fato elas são, até que ponto esse fenômeno de "lembrar do que nunca ouve de fato" pode ter influenciado tais narrativas?


Boa indagação, Eduardo! Mas graças ao que compreendo ser inspiração divina, todas essas narrativas dos evangelhos, quer sejam históricas e/ou baseadas em sentimentos humanos, são capazes de promover a elevação espiritual e ética das pessoas. Quantas comunidades não foram construídas ao longo da história com base em tais narrativas?

Também podemos dizer que algo semelhante se passaria com a Torá e eis aí a trimilenar nação judaica, o "povo do livro", o qual tem atravessado vários mares a pés enxutos e se alimentado de maná em meio a tantos outros desertos.

Sinceramente, olhando para uma obra tão viva, não há como negar a Divina Presença em tudo isso. Como diz o salmista:

"Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho."

Bendito seja o Eterno!
Eduardo Medeiros disse…
Doni, também não sabia que Jung tinha escrito sobre se fantasiar em determinadas circunstâncias, creio que isso só confirma o que os psicólogos e neurologistas estão hoje estudando.
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo,

eu não estou dizendo que as narrativas evangélicas não são capazes de elevar a espiritualidade e a ética; outros escritos religiosos também podem fazer o mesmo. A questão não é essa.

A questão que eu indaguei, é que se a partir das informações do texto, se algo assim não poderia ter acontecido com os escritores bíblicos? Eu creio que sim. Isso não tira o valor espiritual dos escritos.
Caro Edu,

Penso que as memórias dos evangelhos sejam um misto de experiências coletivas somadas com as das respectivas comunidades destinatárias de cada autor. Daí as diferenças entre cada livro.

Considerando que os escritores bíblicos talvez nem tenham sido testemunhas oculares dos acontecimentos, mas fizeram suas composições décadas depois, ou mais de um século dos supostos fatos históricos, temos a´uma evidente mistura. Ou quem sabe até uma adaptação do que se relatava verbalmente e de outros escritos anteriores aos seus respectivos momentos vividos.

Provavelmente que os primeiros transmissores da tradição apostólica também devem ter sido evados por algum subjetivismo na organização de suas lembranças e quem sabe nem tinham tanto interesse de contarem exatamente como os fatos foram sucedendo. Teria sido motivados pela inspiração que creio ser divina.
Nobre Amigo Eduardo,

Parabéns pelo seu texto. Um assunto de complexidade alta, e muito fascinante.

Me fez lembrar de Jean Soublin, um francês que escreveu “D.Pedro II – Memórias imaginárias do último imperador”. Um livro que surge da mente imaginária de Soublin, mas que historicamente não se comprova por evidência alguma. Um camarada que soube fantasiar de forma muito categórica e criativa o que fato existiu, e esteve em muitas memórias, porém historicamente com muitas versões. Também lembrei de Vitktor Frankl, que no "Em Busca de Sentido" conta um pouco de como foi sua vida nos campos de concentração, apelando é claro para sua memória, que talvez quando confrontada com a memória de outras pessoas que estiveram na mesma situação que ele, apontem outras versões.

Falar de memória é algo que foge um pouco do que tenho lido e estudado. Mas é muito interessante e esta em minha lista de próximas pesquisas. O que posso aqui afirmar sem fugir do percurso que já foi montado pelas argumentações é que, forjar a memória, inventar imagens na memória que nunca existiram, não possuem aspecto de normalidade, me parecendo um dos sintomas da "esquizofrenia". Posso estar errado (o Levi talvez nos dê uma posição mais concreta), mas entendo que as pessoas adoecidas tendem a criar realidades fantasiosas, nas quais acreditam plenamente a ponto de duvidar das possíveis realidades do mundo e das pessoas ao seu redor. É o que chamamos de delírio. E nesta levada, elas passam a armazenar na mente cenas e fatos que nunca existiram como se de fato fossem verdadeiros. E mais cedo ou mais tarde, eles são resgatados pela memória. Não vejo a possibilidade de adotar como normal essa ideia de "falsa memória", ao meu ver, ela existe sim, mas trata-se de algo que deva ser tratado.

Fraterno Abraço!
Nobre Amigo Rodrigo,

O Eduardo em dado momento diz que "as narrativas evangélicas são memórias (não nestas palavras)", e em seguida lhe faz uma pergunta em relação a esta questão, a qual você diz ser "uma boa indagação". Na sequência você diz, "compreendo ser inspiração divina, todas essas narrativas dos evangelhos"... Eu li, e reli estes comentários e me perguntei: O evangelho é memória (humana) ou revelação (divina)?

Se é divino, logo, quem a escreveu, o fez por revelação. E se escreveu por revelação, não pode se definir que se trata de memória ou fruto da memória. O conceito mais simples na definição do termo memória diz, "a memória é um processo de retenção de informações no qual nossas experiências são arquivadas e recuperadas quando as chamamos. É uma função cerebral superior relacionada ao processo de retenção de informações obtidas em experiências vividas".

Observe: Processo de retenção de informações "experimentadas, obtidas e vividas", logo, é algo humano.

Se eu disser que o evangelho é memória, estarei descartando a revelação. Logo, chego a conclusão que o evangelho é um misto de "memorias e revelações".

Fraterno Abraço.
Levi B. Santos disse…

Deve-se ter em mente que nas memórias que contamos há sempre associações que acrescentamos inconscientemente, as quais têm a ver com o nosso gosto estético, o nosso julgamento moral, a nossa vivência familiar, etc.

Quando contamos um sonho, por exemplo, mecanismos de defesas psiquicos interferem, fazendo com que o conteúdo onírico sofra um processo de reelaboração. Isso quer dizer que ao descrevermos um sonho, há sempre um acréscimo de nossa parte para torná-lo mais atraente ou em consonância com a nossa realidade externa ou àquilo que lá no fundo desejamos.

Os pescadores em suas absurdas e mirabolantes histórias são casos exemplares . (rsrs)/

Sem nenhuma dúvida, as memórias escritas ou faladas são afetadas pelo estado psicológico de quem as descreve.
O evangelho é memória (humana) ou revelação (divina)? (Matheus)


Creio ser ambas as coisas, meu mano!

É memória humana a partir do momento em que o seu autor/escritor escreve ou reescreve os registros que as comunidades cristãs tinham acerca do ministério de Jesus.

Torna-se "revelação divina" (eu prefiro chamar mais de inspiração/motivação, tendo em vista que há um ânimo vindo de Deus e que impulsona o escritor a escrever aquelas coisas com a finalidade de promover edificação das comunidades destinatárias de sua epístola.


Se eu disser que o evangelho é memória, estarei descartando a revelação. Logo, chego a conclusão que o evangelho é um misto de "memorias e revelações".

Enfim, uma coisa não exclui a outra e acho que você e eu chegamos às mesmas conclusões ainda que eu prefira usar os termos inspiração/motivação do que revelação já que esta acaba tendo conotações diversas.
Boas contribuições, Levi!

Sem dúvida que o nosso Senhor Jesus Cristo foi certeiro e hábil em escolher aqueles pescadores do Mar da Galileia para espalharem suas boas novas do Reino.

Se os seus discípulos fossem formados pela maioria de mestres da Lei (os teólogos da época), talvez o Evangelho não teria evoluído tanto e nem alcançado tantas vidas.
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo,

você coloca a "inspiração divina" nas memórias,e com isso, acaba extrapolando a delimitação humana das memórias. Mas não digo isso como crítica, você a partir da compreensão da sua fé, pode dizê-lo. Eu estou me atendo apenas ao lado humano da questão.
Eduardo Medeiros disse…
Matheus,

creio que a esquizofrenia seja algo diferente dessas construções da memória. Pelo que sei, o esquizofrênico cria "realidades" só dele sem precisar que um fato histórico real o ajude a fazer isso.

Se assim fosse, todos nós seríamos esquizofrênicos, a partir do que disse o LEVI.
Nobre Amigo Eduardo,

E será que não somos??? rsrsrs
Caro Edu,

Se extrapola as delimitações humanas, é certo que sim. Somos seres bem limitados diante do Eterno!

Mas quanto à possibilidade da inspiração divina conviver com a memória, que é o material humano dos escritores, pra mim é perfeitamente possível. Pelo Espírito de Deus, os autores sagrados são de alguma maneira inexplicável motivados para organizarem a memória pessoal e coletiva em edificantes narrativas. Não vejo uma explicação humana para se buscar alcançar propósitos tão elevados. Por mais que a Psicologia tente buscar respostas para o comportamento do homem espiritualizado, pelo nele o Dedo de Deus.

Certamente que, sendo obras humanas, o que os autores sagrados escrevem tem coisas que são deles. Inclusive seus preconceitos e valores próprios que seriam contrários até a Deus. Eis aí a grande dificuldade de muitos leitores da Bíblia. Tanto os que por ela se orientam quanto os que a criticam.

Abraços e tenham todos um descanso com muita paz.
Eduardo Medeiros disse…
Matheus, eu posso até ser louco, mas esquizofrênico, não!!!!!!!!! hehhhhhhh
Eduardo Medeiros disse…
Rodrigo,

eu não vou discutir a sua fé. Mas sua afirmação:

os autores sagrados são de alguma maneira inexplicável motivados para organizarem a memória pessoal e coletiva em edificantes narrativas. Não vejo uma explicação humana para se buscar alcançar propósitos tão elevados.

Não creio que seja caso "inexplicável". Depois que a cultura de se escrever em papiros se estabeleceu, nada mais normal do que os povos que tinham uma grande tradição de cultura oral como os judeus, quisessem por isso no papel. Ou melhor, no papiro.
Levi B. Santos disse…
O processo de memorização não é irredutível. E isso indica que os textos sagrados sofrem modificações interpretativas com o passar dos tempos.

A retranscrição do passado pertence a esfera do sujeito adaptado aos novos tempos.

Por isso é que se diz que o Talmude é uma obra aberta e não fechada. Ela esta sempre acolhendo novas re-significações.

Assim como o povo judeu, a memória é nômade. (rsrs)

Em uma extraordinária re-leitura, O Pai Abraão dos fariseus, Jesus o denominou de Diabo.