Vamos quebrar tudo

                                       


                                                                                                              
                                                                                                                       Elídia Rosa


Lá pelos anos 90, quando no Brasil ascendeu ao poder um homem fabricado nos bastidores da mídia e nos palanques populares, no recém democratizado cenário político após um longo período de breu, era ainda uma menina, entrando na adolescência. No dia em que os cara-pintadas saíram às ruas pra pedir a queda do presidente plastificado, meus colegas mais velhos que eu foram às ruas cheios de tinta ainda fresca no rosto, e eu, louca para estrear a camiseta com a foto do presidente em ‘trajes listrados’ que meu pai, então sindicalista deu-me (com a promessa que jamais usaria na rua) fui proibida de sair. Naquele dia lembro que ele chegou mais cedo em casa, as ruas fervilhavam e a iminência de um grande acontecimento pairava no ar. A partir daí todos sabem o que aconteceu. Inúmeras denúncias graves, o impeachmeant do presidente, e uma sucessão de acontecimentos trágicos e misteriosos, que até hoje constam indissolúveis.

O tempo passou, o então oponente do reluzente caçador de marajás assumiu o poder, este também retornou de forma fácil às dependências legislativas, e um cenário bem diferente daquela época passou a moldar-se a partir desses tempos.

...

Vivemos a contemporaneidade, o momento da história que os lados são indissociáveis, e os discursos não assumem uma forma coerente, e novos arranjos confundem a todos nós. Um outro poder e uma espécie de terceira potência se instala aos poucos não somente no país, mas ocupando o mundo. É um amplo terreno de discussão e que precisamos de apropriações para maiores considerações, mas podemos dizer que as tentativas de resgate do ‘comum’, presente em movimentos que surgem na tentativa de neutralizar os efeitos que nos roubam potência enquanto grupo social, vêm como forma de compor novos possíveis que se abrem e se inventam.  

As formas que antes pareciam garantir aos homens um contorno comum, e asseguravam alguma consistência ao laço social, perderam sua pregnância e entraram definitivamente em colapso, desde a esfera dita pública, até os modos de associação consagrados, comunitários, nacionais, ideológicos, partidários, sindicais. Perambulamos em meio a espectros do comum: a mídia, a encenação política, os consensos econômicos consagrados, mas igualmente as recaídas étnicas ou religiosas, a invocação civilizatória calcada no pânico, a militarização da existência para defender a “vida” supostamente “comum”, ou, mais precisamente, para defender uma forma de vida dita “comum”. No entanto, sabemos bem que essa “vida”ou “forma de vida” não é realmente “comum”, que quando compartilhamos esses consensos, essas guerras, esses pânicos, esses circos políticos, esses modos caducos de agremiação, ou mesmo esta linguagem que fala em nosso nome, somos vítimas ou cúmplices de um seqüestro.(Peter Pal PELBART)


Então, pois, quem são nossos novos revolucionários?

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
Elídia, essa tua frase diz muito da nossa atual política:

Vivemos a contemporaneidade, o momento da história que os lados são indissociáveis, e os discursos não assumem uma forma coerente, e novos arranjos confundem a todos nós

É isso mesmo! em nossa política não há lados definidos, ideias definidas, tudo é muito turvo, sombrio; os "inimigos" de hoje são os melhores amigos de amanhã. O Caçador de Marajás, escorraçado pelos caras pintadas e pelos seus inimigos políticos que ele cultivou bem com seus discursos ufanistas, seu ultraliberalismo econômico (lembra da frase dele de que nossos carros, computadores, eram umas "carroças"? e eram mesmo!), inimigo número um de Sarney e Lula, é hoje um fiel cão de guarda da dupla e do governo do PT.
Como dizia aquela antiga modinha, "é tudo farinha, é tudo do mesmo saco/ é tudo banana, olha eu acho que é do mesmo cacho/ uma hora tão por cima/outra hora estão por baixo/e agente vai lavando/roupa suja no riacho...

E essas conturbadas manifestações acontecendo por causa dos aumentos de passagens! Como decifrar quem está ali fazendo uma reivindicação democrática, justa, de quem está ali para espalhar o tumulto, se valendo da situação para colocar fogo no circo?
Gabriel Correia disse…
Temos motivos de sobra para quebrar tudo. Mas não podemos quebrar tudo. Até podemos, mas não devemos, pois não podemos ser agentes do caos. Mais do que qualquer outra criatura fomos feitos para habitar um mundo estável. A tensão nos animaliza e o caos nos extingue.
Por mais que nos angustie, a estabilidade é o nosso habitat natural.
Levi B. Santos disse…
Então, pois, quem são nossos novos revolucionários? (Elidia)


Ando fugindo dos salvadores da pátria (rsrs)

O revolucionário é aquele que deseja ardentemente remodelar a realidade à sua imagem e semelhança, movido pelo ideal de transformar o outro sem conhecer a si próprio. (será que nós temos um pouco desse idealismo, e negamos para não termos desprazer?)

O revolucionário de hoje é o anti-revolucionário de amanhã, quando estiver sendo acossado em seus ideais. (rsrs)
No passado recente estes governantes eram anarquistas, terroristas, comunistas,sequestradores e diametralmente opostos ao sistema capitalista, isto porque estavam fora dele. Agora que fazem parte dele cultivam com maestria as suas mazelas. Qualquer elemento fruto de nossa sociedade faria o mesmo, não se encontra trigo em sacos de farinha. Só nos resta assumir a culpa e amargar as consequências.
Levi B. Santos disse…
Uma verdade inconveniente (?!):

Quem não admira o equilibrista Sarney, que com um jogo de cintura invejável, desde o começo da ditadura militar se mantém no pódio?

Quem tem coragem de admitir que Sarney, para o bem ou para o mal, pelo menos na política à brasileira, é o nosso passado, presente e futuro? (rsrs)
Elídia :) disse…
Tem algumas coisas que me intrigam (entre essas tantas que vocês aqui trouxeram): Estariam esses discursos sendo fabricados? O recente quebra-quebra em torno do controverso bolsa-família, tudo tão suspeito...ou não? Ou estamos tão desconfiados dos 'lados' que não temos mais discernimento, ou como disse Altamirando, nos resta assumir a culpa e ver o que fazer com as consequencias?
Eu não sabia que democracia era um regime político em que um grupo de desclassificados de terceira categoria comandavam uma corja de idiotas e que a única arma se encontra nas mãos destes idiotas. As urnas.
Guiomar Barba disse…
Renan Calheiros é legislador, certo?
Mas o circo tem como palhaço favorito o deputado Marco Feliciano...

Certamente este não é o meu país...

Mas é assim mesmo, eu num entendo de nada...
Ola a todos,

tenho acompanhado de perto as manifestações.

Minha unica critica é que eles não tem ideais definidos, o que já é de se esperar pois os jovens não tiveram uma cultura politica.

Fico feliz que essa geração tenha saído as ruas, e tenho esperanças que eles vão lutar por coisas mais significativas como a PEC37 e Renam.

Na turquia as manifestações começaram com a demolição de um parque e com a brutalidade da policia tomou proporções e objetivos maiores, o mesmo está se dando com o Brasil.

Guiomar, a onda contra o Feliciano passou, para o bem ou para o mal passou.

O mais estranho de tudo são os conspiracionistas, que dizem que os anonymous são ilumitates e estão fazendo.
Ou os politicos que dizem que partidos menores contrataram jovens punks para iniciar isso.

Realmente parece que alguns ficaram confusos com nossa manifestação e estão procurando algo para justificar...

abraços :)
Nobres Amigos Confrades,

Estava viajando este final de semana, e acabei por não acompanhar o Blog. Estou me tornando um "camarada" morto aos finais de semana kkkkkkkkkkkk

A origem de todos os problemas sociais e econômicos que enfrentamos hoje, tem suas raizes, a principio divididas em dois fatores:

1° o voto
2° o mau caratismo de quem é eleito

Os nossos representantes fazem de tudo, e mais um pouco. A única coisa que eles não fazem, é "politica". Somos carentes de pessoas que nos possam representar com seriedade. É obvio que no mundo politico sempre haverá discordâncias e oposição, pois é isso que a move. Mas francamente gente... Um país que tem mais de 20 partidos politicos, e que toda eleição se da em uma grande negociata de apoios e repartições de cargos não pode ser levado a sério.

Agora, quanto ao "protesto em questão", minha opinião se baseia em dois aspectos que me chamaram a atenção. Primeiro, a realidade do consumidor, e segundo, a ideia errada que o brasileiro tem do que é protestar.

É compreensível que o trabalhador que necessita fazer uso do transporte coletivo reclame pelo valor que lhe é cobrado. Pois, para um trabalhador que recebe R$1.000,00 (e que são poucos) e utiliza quatro conduções por dia, o valor gasto na utilização do transporte representa 30% da sua renda. O que é sim, um absurdo. Considero justo, que o cidadão reclame em relação aos serviços prestados e os valores que esteja pagando. É um direito previsto na constituição. Não há nada de ilegal, em reivindicar, e questionar serviços que nos sejam prestados, sobre isso não há o que indagar. Partindo da premissa “realidade do consumidor”, penso que o protesto é justificável.

No entanto, eu seria ignorante e ingênuo, ou ainda, seria injusto ao concordar com a forma em que se desenvolve e se executa estes protestos. Partindo da premissa que é “o que pensa o brasileiro ser protesto”, tudo isso que estamos presenciando tende a parecer realmente atos de vandalismo. A falta de organização é perceptível, a ausência de um objetivo definido é muito clara, e o descontrole emocional é muito superior ao quesito “razão”. E são estes os fatores que resultam nessa violência desordenada de ambas as partes. Os protestos carecem de uma reivindicação racional. O que presenciamos são apelos veementes em relação ao abuso contido no valor, mas não há propostas de solução. Aí, você dirá: “A solução é reduzir o valor”. E isso entendemos, e estamos de acordo. Mas para quanto? E de que forma? Quando temos uma reclamação acerca de algo, é porque temos de forma muita clara em nossa mente, a maneira que este algo trará maiores benefícios a todos. E este é para mim, o erro fundamental das militâncias. Muita baderna, muito grito e pouco resultado.

E nem vou entrar no mérito do "protesto encomendado". Pois ai tudo perde o sentido, e a única coisa que veremos são os dedos podres do PSTU, PCO e PCdoB, a pseudo esquerda extremista, que por puro RECALQUE, só quer ver o circo pegar fogo.

Guiomar Barba disse…
Tiago, fico orgulhosa que os jovens estejam saindo as ruas e manifestando sua reprovação contra tanta corrupção.

Ontem meu filho mais novo, me disse: mainha eu vou as ruas também, se o governo não atenta para o direito do povo, nossa obrigação é pressioná-los.

Concordei com ele, apenas pedi que estivesse longe dos vândalos. Mas eu me pergunto: cada um buscando lutar, por seu umbigo? Estariam estes jovens dispostos a perder um semestre, se necessário, até vencerem a guerra? Ou ninguém quer perder, mesmo com a esperança de uma vitória no amanhã?



Nobres Amigos Confrades,

O único ato de vandalismo que concordo e até me disponho a participar é: destruir Brasilia por completo, todos os ministérios, todos os palácios, tudo que representa o poder politico desta nação vir abaixo.

Lotar diversos ônibus, vindo de todas os estados do Brasil, chegar até Brasilia e tocar o terror. Pois é lá que esta concentrada a raíz de todos os males, é lá que esta os amantes da verba pública que corroem e ocasionam toda essa bagunça.

Não é uma justificativa. Mas muitas empresa de de ônibus são estupradas todo ano por impostos escandalosos e pelo preço do combustível que também é uma vergonha. Já pensaram nisso?

Ainda hoje pela manhã. Fiz uma viagem de Buaru a Ribeirão e tive que pagar R$20,00 de pedágio para andar em uma estrada que é nossa. Já pensaram nisso?

Realmente não são só vinte centavos. Mas o foco esta completamente mal direcionado.
Guiomar Barba disse…
Como sempre Matheus, você põe nossos olhos para irem mais, bem mais longe...

Quem é forçado a tomar ônibus velho; as vezes com ninho de baratas; abarrotado; além de esperar por eles uma eternidade, não tem ideia disto.
Nobre Amiga Guiomar,

Eu tenho muitas dificuldades em diferenciar um elogio de uma tirada cínica. E acabo por não entender onde a primeira fase se encaixa rsrsrsrsrs

Vamos supor que as empresas irão cobrar 1 real apenas pelo valor do passe. Todos ficarão felizes certo? Mas ainda assim pergunto:
Conseguira esta empresa pagar seus impostos, funcionários e ganhar o suficiente pelo seu trabalho e serviço prestado? Conseguira esta empresa suprir a necessidade com eficiência? Ou corre-se o risco de ir a falência, comprometendo o funcionamento da cidade em seu contexto geral?

Os 0,20 centavos são apenas o estopim. O problema é muito maior.

Já pensaram na hipótese de ser algo pensado e encomendado? Tipo para tirar o foco da votação sobre a PEC37?

Gente, sou completamente a favor do povo lutar pelos seus direitos. Mas fico com os dois pés atras com tudo isto. É muito estranho diante das circunstâncias.

Se for algo para tirar o foco da PEC37 então falhou miseravelmente, no meio das manifestações há varias placas se referindo a ela.
E a organização na quarta será justamente com foco nesse assunto.
Nobre Amigo Tiago,

Que assim seja. Quem sou eu para rotular estes protestos. Mas penso que algumas coisas devam ser analisadas. Eu por exemplo, pouco vi estes tais cartazes que mencionou, e o pessoal do MPL, já declarou que o negócio deles é só os vinte centavos, veja:

http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/17/nossa-luta-e-apenas-pela-revogacao-do-aumento-diz-movimento-passe-livre.htm

Protestar, reivindicar e lutar deve ser uma característica essencial na vida do ser humano. Ele precisa ter a coragem de se levantar contra aquilo que de fato seja errado, injusto e desprezível. Apoio isso, sem sombra de dúvidas.

Mas você já parou para pensar quais são os dedos podres no meio de tudo isso???

Eu li, e vi com os meus olhos, algumas matérias, situações e eventos onde se comemoravam a queda petista, e o sumiço de suas bandeiras. Vi gritos de alegria e felicidade nas ruas do tipo "o povo acordou". Mas comecei a reparar algumas coisas que talvez a emoção e o sentimento de mudança de muitos o impediram de perceber.

Quem esta arregimentando esta galera para as ruas? PSTU, PCO, PC do B e PSOL

Uma pseudo-esquerda extremista que é tão nociva e falsária quanto foi o PT e a CUT, que antes armavam o circo e agora querem impedir que o circo se arme a seus pés. Mas ainda assim, esta não é a minha maior indagação.

Reflita comigo:

Lembram dos dois petistas safados que assumiram a Comissão de Justiça? Como isso ocorreu sem que o povo que, de fato, não concordava com isso, ficasse calado? Simples. Enquanto o circo se armava na CDH, com Wyllys e Feliciano, eles direcionaram o foco do povo para algo que não daria em nada, e com liberdade executaram o seu plano escroto. Vitória de quem??? PT.

Agora pergunto:

Não é muito estranho este tumulto, poucos dias antes da votação da PEC37? Um projeto que visa acabar com o MP precisa ser votado sem que o foco da população esteja nele não é mesmo? Quem ganha com a aprovação deste projeto? PT é claro.

Tem mais do PT neste negócio do que você possa imaginar.

Finalizo com uma última pergunta, para que os amigos também analisem:

E se não são apenas 0,20, o que é então? Será que estamos no caminho certo???

Eu estou começando a pensar que o Brasil ama o PT!!!
Donizete disse…
Matheus,

Pelo menos em São paulo a manifestação não é contra os 20 centavos. Mas sim o direito a passe livre. Busão de graça pra todo cidadão.

Hoje de manhã ouvi a Erundina sendo entrevistada na CBN, e afirmando ser absolutamente viável, sendo inclusive uma das suas propostas de governo quando era prefeita.

Mais a Tarde, o Sardenberg entrevistou um PG da secretaria de transporte da capital paulista, e este, contrariando a veterana deputada disse que a prefeitura não tem condições de bancar 6.4 Bi ao ano para garantir gratuidade de ingresso ao sistema.

O Sardenberg, para não deixar de tirar uma casquinha, leu um e-mail de um ouvinte, que levantou a lebre quanto a isenção de impostos para atender determinados interesses. Entre eles a construção do Itaquerão que irá custar cerca de 500 mi aos cofres da prefeitura.

Ou seja, basta destinar e aplicar recursos nos programas que atende de maneira mais objetiva os anseios da população e deixar de lado a vaidade e o exibicionismo, e ter um pouco mais de vontade política que tudo pode se ajustar.

Que venham os cara pintadas!
Prezada Elídia,

Confesso não estar muito satisfeito com a maneira como tem se comportado alguns manifestantes nesses novos protestos quando eles partem para agressões e violência. Vejo nesses movimentos uma certa recusa ao diálogo e, por trás, um direcionamento ideológico-partidário de má-fé.

Poderíamos ver nesses movimentos alguma evolução soca? Sinceramente, apenas apoio a causa de luta contra os altos valores das passagens nos transportes urbanos e do custo de vida e geral, mas bem sei que o povo brasileiro nunca esteve tão bem em toda a sua história como está sendo agora.

É certo que o PT de Lula e Dilma tem lá seus erros, mas houve uma elevação da renda per capta nacional, um número maior de empregos e gente que saiu da miséria graças ao Bolsa Família e outros programas sociais. Mas, por outro ado, reconheço que há muito o que se fazer. Pagando o preço do nosso crescimento econômico, temos aí o inflacionamento de preços e a elevação do custo de vida que se reflete mais na vida dos aposentados (e dos funcionários públicos sem aumento) do que entre os trabalhadores da iniciativa privada. Além dos gastos com transportes ser bem significativo para o bolso das famílias e das empresas, temos também o caos nos hospitais públicos, o que também deveria ser motivo de protestos.

Mas por que as manifestações estão ocorrendo justamente agora?

Não seria por causa da Copa das Confederações e da proximidade de outros eventos esportivos que expõem mais a imagem do nosso país e de seus governantes?

As lideranças desses movimentos não estão querendo algo além de reduzir os preços das passagens de ônibus?

Mais do que nunca eu gostaria que essa e outras questões fossem tratadas pacificamente, com amplo diálogo, sem confrontos violentos com a polícia, com inteligência, bom senso, formulação de propostas e, enfim, com uma mentalidade proativa e não reativa.

Você falou do impeachment e eu me recordo daqueles movimentos que foram iniciados pela extrema esquerda em 1991 e depois ganharam força com a massificação da mídia. A Globo fez então aquela minissérie Anos Rebeldes e a garotada foi para as ruas derrubar o presidente. Depois daquilo, a poeira assentou e o programa neoliberal foi levado adiante por Itamar e FHC. A extrema esquerda acabou perdendo a condução das tendências políticas.

Atualmente, não vejo esses movimentos de hoje com tanta representatividade social assim como as vaias recebidas pela Dilma vieram de uma classe média que compareceu ao estádio Mané Garrincha. Porém, sempre pode haver um contágio e um abalo na popularidade da presidenta. E aí, com o desgaste do PT, será que numa eleição futura um outro Collor não saberá se aproveitar? Pois, enquanto não houver total consciência das massas sobre o que as pessoas realmente querem e o porquê de se manifestarem, outros colherão os frutos.

Mais uma questão deve ser enfrentada. Com o desgaste do PT, qual partido ou grupo político passa a ser referenciado como esquerda no país? Teremos como substituto agremiações responsáveis como o PDT e o PSB? Ou será a vez de PCB, PCdoB e PSOL? Só o futuro dirá...
Donizete disse…
Edu,

Estranho esse modelo de postar comentários.

Agora, se esta a única maneira dos novos comentários serem colocados na sequência do último, beleza!
Donizete disse…
Rodrigo,

Particularmente, vejo na classe média, essa que vaiou a presidenta no Mané Garrincha, a única capaz de fazê-lo.

Se aquela torcida fosse composta pela classe do andar de baixo, eles estariam tão deslumbrados por estarem ali, principalmente com uns trocados no bolso, (que sobrou do último saque do bolsa família) que certamente iriam ovacionar a Dilma.

Por isso eu disse na minha postagem no face, que aquela torcida (composta de classe média) representou o povo brasileiro.

É mais ou menos como disse Ayn Rand, citado por Pondé: "a maior parte da humanidade sempre viveu às custas de uma minoria mais capaz e mais inteligente. Poucos carregam muitos."
Donizete disse…
Elídia,

"Quebrar tudo" pode não ser o melhor meio de protestar ou reivindicar. Mas num país fanfarrão como o nosso é excelente, por ser o único meio eficiente.
Eduardo Medeiros disse…
Caros confrades, pelos comentários, fico ainda mais perplexo de como está difícil fazer uma leitura da "política" brasileira; de interpretar o que legítimo e o que é manipulado.

É difícil não concordar com o Levi:

O revolucionário é aquele que deseja ardentemente remodelar a realidade à sua imagem e semelhança...

Mas se todo revolucionário ao chegar ao poder comete os mesmos pecados daqueles que eles venceram (e cometem mesmo!), o que esperar da Política com P maiúsculo?
Ela está para sempre perdida?
Guiomar Barba disse…
Matheus, kkkkkkkkkkkkkk foi sinceramente um elogio, não seria cínica, no máximo sarcasmo, é diferente? kkkkkk mas depois deste comentário, novamente me vem a pergunta: será que os empresários realmente correm o risco de afundar suas empresas?

Na Bolívia tem-se micro, as passagens são baratas e o máximo que se espera um coletivo são cinco minutos. Os táxis também têm um preço módico. Por que? Um país tão pobre, salários baixíssimos...

Será que há algo que eu não percebo?
Caro Donizete e demais,

Será que aquela classe média presente no jogo não seria eleitora do PSDB?

Se fossem uma espécie de vanguarda do povo brasileiro, por que não estavam presentes nas manifestações.

No entanto, percebi outra coisa que é o poder de influência desses protestos. Nas últimas pesquisas, a popularidade da presidenta foi diagnosticada como sendo bem elevada com grandes possibilidades de vitória no primeiro turno. Porém, é de se estranhar por que, em tão pouco tempo, uma maioria presente no estádio foi capaz de vaiá-la?

Haveria alguma demanda reprimida no coração desse nosso povo?

Talvez a insatisfação sempre tenha existido e agora ela está sendo despertada para um fim político. Surgiu uma identificação social!

Uma questão pode ser levantada. Será que, com uma diminuição no valor das tarifas, haveria o esvaziamento das passeatas?
Fui barrado de qualquer publicação no face... não posso comentar, curtir, falar in box, postar, compartilhar, uma página que tinha com o nome "conservadores" aparece como não existente, e por aí vai... Logo, fudeu joe kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Elídia :) disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Elídia :) disse…
Das coisa que acho chatas, sem dúvida, são os extremos. De um lado quem acha que não deve haver partidarismo nas manifestações, é chamado de fascista, alguns sem nem saber o que realmente isso significa, por ser um povo despolitizado acostumando a ainda à 'democracia'. De outro, partidos querendo aproveitar-se, midia, e a docilização dos corpos- aludindo Foucault - acontecendo em muitos lugares, com o povo abraçando jargões massificados e comprando ideologias capitalizadas pela mídia. Mas ainda assim, é válido, pois é um ensaio de utilização de seu direito de protestar. Sobre os vândalos, sei que é repetitivo argumentar, mas vandalismo é esperar duas horas conduções lotadas em horarios de rush, ou pagar pedagios em estradas privatizadas, ou ainda o total descaso com a saúde pública e educação entre outra políticas. O povo precisa e deve aprender que nem só de bolsa-família, viverá o homem, mas de toda palavra dita na e demonstrada com atos, nas urnas,de onde sai o destino do Brasilsão. Por ora, é isso.
Gabriel Correia disse…
Reconheço que tenho uma tendencia a simplificar muito, mas ainda não me convencia que isso seja um engano. até porque no terreno da mobilização(responsável) o desejável é a clareza e o objetivo ou então estamos todos trabalhando pela confusão.
Torno a dizer o ambiente conturbado não é o ambiente ideal para o homem. a felicidade não é um estado de excitação é um estado de paz consciente. Mas a paz precisa ser conquistada e mantida e neste sentido a coisa é muito simples, não devemos derrubar nem substituir poder algum. Já que acordamos, agora só falta colocar os caras encostados para trabalhar pela saúde,educação e emprego, eles ganham muito bem para isso. E é só isso não precisa de ideologias e discursos e salvadores da pátria.
Bem, quem não acha graça nisso é melhor ir para rua quebrar tudo.