A semente de Noé e a semente de Caín








“E há quem procura virtudes na raça humana sendo que seu próprio criador se arrependeu do feito” (Altamirando Macedo)





Pegando ainda esse fiapo das discussões do texto anterior, quero destacar essa frase do Altamirando. Nas narrativas do Gênesis, de fato, Javé arrepende-se de ter feito o homem. Assim traduz o texto a Torá da Editora Sêfer:


“E o Eterno viu que era grande a maldade do homem na terra, e que todo impulso dos pensamentos do seu coração era exclusivamente mau todo dia. E arrependeu-se o Eterno de ter feito o homem na terra, e pesou-lhe em seu coração. E disse o Eterno: ‘ Farei desaparecer o homem que criei de sobre a face da terra(...)


Esse texto da Torá nos mostra uma reflexão bem pessimista do autor em relação ao gênero humano. O mau e não o bem é o que  impulsiona o homem; o vício e não a virtude é o que lhe faz companhia;  O ódio e não o amor é o que ele expressa em suas relações com o outro. Chega a ser comovente  a construção poética do autor ao dizer que o Eterno ficou com um “peso no coração” ao ver sua obra-prima corrompida.  Não valeria mais a pena continuar com seu projeto. A criação de um ser livre que não fosse condicionado a fazer sempre a sua boa e perfeita vontade só poderia mesmo descambar para a ruína moral. 

O Eterno, nessa ocasião, concordaria plenamente com a observação do nosso confrade Márcio Alves que disse 


“(...)Dose alta de pessimismo meu? Com certeza...sou totalmente pessimista em relação ao ser humano(...)


Tanto o Eterno concordaria com essa afirmativa que ele resolve se desfazer de sua criação: Iria matar a espécie humana, já que melhor seria não haver humanos para contaminar ainda mais a terra com suas inclinações pervertidas.  Sem dúvida, o autor do texto da Torá, concordaria com Márcio e com Altamirando.


Mas aí, num último anelo de esperança, numa última possibilidade de preservação de sua obra, o Eterno acha graça em Noé...Em meio ao mar de maldade,  o Eterno achou um homem “Justo, perfeito nas suas gerações” . Por um justo, o gênero humano não seria apagado da existência.  Vejo nesse personagem, incluído  habilmente  na trama pelo autor da narrativa, um  sinal de que a humanidade, apesar de sua corrupção geral, tem em si mesma a potencialidade de fazer o bem e o que é justo. Noé ficou como um espelho, um paradigma de que a humanidade não  é uma “paixão inútil” mas que tem em si, o potencial de ir além de si e guiar-se por um sentido elevado de vida.


Sem dúvida, agora,  o autor bíblico concordaria com nosso confrade Levi que escreveu que


“acho que o sonho, a utopia, não podem ser expulsos  do ser humano, assim, sem mais nem menos. Apesar de todo mal estar da civilização, ainda penso que podemos ser capazes de obter uma vida mais digna e mais justa, entendendo que a tendência autodestrutiva dos apocalipses nossos de cada dia pode ser arrefecida. Quanto mais conscientes de nossa condição de seres paradoxais, formos, mais aptos seremos para suportar uns aos outros. Poetizando: somos adestrados para o convívio real ou virtual, visando o estabelecimento de ligações afetivas mais estáveis e equilibradas, sem o maniqueísmo do proselitismo que faz do outro um objeto.”


Sabemos porém  que na narrativa bíblica o nobre e justo Noé não foi capaz de gerar filhos à sua imagem e semelhança, já que os homens  outra vez voltaram à mesma corrupção de antes. Parafraseando o poeta,


“E agora Javé”?


A única saída para o Criador, que prometera não mais destruir a humanidade, foi aceitar seus filhos como eles eram: caídos, maus, corruptos, mas com a semente do justo Noé adormecida em seu ser, que com certeza, poderia ser despertada  ao longo da sua evolução; Javé espera, pacientemente, que seus filhos de fato, cheguem a ser  imagem e semelhança dele; conhecedores do bem e do mal mas que escolhem por livre iniciativa, o bem.



Eduardo Medeiros, 3 de março de 2012.

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
meus caros confrades paraibano e paranaense: não vedes que essa lista de ordem de postagem já tornou-se caótica? Como já dizia o sábio, "a ordem dos tratores não altera o viaduto", então, quem tiver alguma coisa a dizer, quando for a hora, que o diga.

Pelo menos esse mal estar de ficar dizendo "quem posta e quem não posta" acaba; até, quem sabe, alguma entidade divina ponha outra vez, ordem no caos.
Levi B. Santos disse…
Esse mingau quente que o Edu trouxe, vamos comê-lo pelas beiradas. (rsrs)

“Há quem procura virtudes na raça humana...” ( Miranda)

Quem procura só encontrar ou só enxergar o lado generoso ou virtuoso da moeda, vai se surpreender, ao constatar que no seu lado oposto existe o “egoísmo”.

Foi nesse sentido que escrevi o que foi transcrito no texto, por Edu:

“Quanto mais conscientes de nossa condição de seres paradoxais, formos, mais aptos seremos para suportar uns aos outros”.

Não existe só pureza na conduta do generoso. Da mesma forma que não existe só “maldade” em que é cognominado de egoísta.

Bem aventurados os que conseguem viver pacificando essas facções antagônicas, que caracterizam o humano
Levi B. Santos disse…
(CONTINUANDO)

“sendo que seu próprio criador se arrependeu do feito” (Miranda)

Quando o escritor diz aqui, que o criador se arrependeu do feito, isso se deve ao fato de que a mente do profeta era designada como mente ou espírito de Deus.

O profeta, nesse caso, ao perceber em si, a dubiedade da alma humana, projetava os afetos ambíguos da natureza humana, para uma “imago Paterna” de um Deus arrependido.

Qualquer dúvida, perguntem ao SPINOZA (rsrs)
Marcio Alves disse…
Sabe, nesta semana a professora de psicologia social estava justamente abordando este tema na sala de aula, e como sempre, - pois virou moda - defendendo o ser humano, colocando a culpa de sua maldade no meio social, que segundo ela esta cada vez mais individualista e etc..

(Não gosto muito das ciencias sociais, por causa destas "besteiras", pois tudo agora virou moda se explicado pelo social. Tipo: se o cara é gay, é porque brincou muito com boneca, ou morou numa casa onde só tinha mulher, e por isto o cara agora é gay. Sem falar nas explicações da maldade humana. Talves resolva escrever sobre isto e postar um texto aqui)

Depois de uma exposição que durou aproximadamente 3 horas, ela concluiu o que o filosofo husserl, já concluira a muito tempo atrás de que "o homem é bom, mas a sociedade o corrompe".

Ai eu pensei com meus "botôes": Se o homem é bom, e o que o corrompe é a sociedade, quem então corrompeu a sociedade primeiro? Não foi o homem? Se o homem é quem faz a sociedade, e a sociedade está, como sempre esteve, corrompida, logo, não seria o homem quem primeiro a corrompeu? Sendo que desta forma, o homem já estaria ou seria corrompido por "natureza"?

Por isto, escrevi no facee mais ou menos o que já disse na postagem anterior do RODRIGO, que "só existem dois tipos de pessoas no mundo; as más, e as que pensam por ingenuidade e/ou auto-engano e/ou oportunismo serem ou parecerem ser boas.

Pois como já dizia a mulher do imperador romano: "Não basta a mulher de Claudio ser honesta, ela tem que parecer honesta".

E a sociedade do "marketing do bem" e da hipocrisia agradecem a todas as "mulheres de claudio" não é mesmo DUZINHO?
Marcio Alves disse…
Fazendo uma auto-analise (se é, que é possivel alguém conseguir se auto-analisar sozinho), olhando para o que já li para me tornar quem sou, devo muito do meu pessimismo em relação ao humano, demasiado humano, ao grande teologo e filosofo cristão Agustinho - que foi e que continua sendo uma base do meu edificio pessimista (risos) - e uma das chaves do seu pensamento era que o homem só era livre para pecar.

Concordo, porque ninguém precisa ensinar para uma criança violencia, egoismo e todo genero de maldade, mas, o bom comportamento, as boas maneiras, e a moral hipocrita social, esta sim, precisa de muito, mas muito ensinamento e persistencia, e até castigo - se for de familia crente, é o tal do "cuidado o que fazes, pois o papai do céu esta olhando, vigiando você, e pode te castigar".
Marcio Alves disse…
Agora em relação a questão de postar, na minha opinião (se é que eu posso ainda opinar nesta sala rsrsr) concordo plenamente com o DUZINHO (tá bom assim Eduardo? rsrs), pois sendo assim, não "obrigar" que não quer ou não tem tempo de postar naquele momento, e deixa livre para quem quer e tem tempo de postar.

Inclusive, falo em benificio próprio rsrs pois, deixaria aberto para o dia em que eu encontrasse tempo, de postar também.
Marcio Alves disse…
LEVI,

Eu também pensava assim como você, que o ser humano é ambivalente, (e realmente é!) mas depois de ver alguns filmes (como por exemplo "precisamos falar com Kevin" e "onde os fracos não tem vez" para citar dois de muitos) e ler alguns livros (como por exemplo "senhor das moscas" e "a vida como ela é" entre outros), mudei de conceito, no que tange a bondade humana, (e apenas isto).

E não venham falar (EDUARDO) que não li livros considerado otimistas, pois sei que "você é o que você lê" (entre aspas mesmo) pois li, mas não consigo conceber bondade totalmente pura nos atos humanos.

Por isto, LEVI, quero muito que você me mostre este outro lado da "moeda" onde existe atos altruistas humanos que eu desconheço e/ou desacredito...ficarei contente se você me mostrar.
Gostaria de saber como é o símbolo para aplausos; Pá,pá,pá. Plá,plá,plá. Çlap,clap,clap. Deixa pra lá. O fato é que o texto do Edu merece aplausos pela autenticidade e espírito. Ordem de postagem , para quê? Os que se omitem não sebem o que está perdendo. Ainda bem!.
Marcio Alves,
Você pode e deve opinar, sim. Na minha opinião se instiga os autores a postar porque nem sempre o assunto postado desperta interêsse e rende poucos comentários ficando dias às moscas. Então que alguém quebre este silêncio ensurdecedor. Desrespeite a ordem de postagem mas não me faça calar.
Eduardo Medeiros disse…
Levi e Marcinho

o resumo de tudo isso está feito:

"Não existe só pureza na conduta do generoso. Da mesma forma que não existe só “maldade” em que é cognominado de egoísta.

Bem aventurados os que conseguem viver pacificando essas facções antagônicas, que caracterizam o humano


Isso é uma questão que para mim está patente aos olhos de quem desejar ver.

Agora, Marcinho,
quero fazer algumas ponderações sobre suas falas.

De fato, você deve mesmo ter lido muito Agostinho com sua ideia de que o homem é por natureza mau e incapaz de buscar o bem se Deus assim não o conduzir.

Bom, mas aí o teólogo já quebra um pouco o seu pensamento, pois se vais seguir Agostinho, tens que concordar com ele que a virtude é despertada naquele que foi eleito por Deus, e acho que esse já não é o seu pensamento. (pelo que lembro, você jamais foi um calvinista nem nos seus tempos de teísta, quem dirá agora).

Mas também não concordo que o homem nasce puro e a sociedade o corrompe, pois concordando com você, não é a sociedade feita de homens? E esse pensamento leva a conclusão que o ideal seria o homem viver só, fora da sociedade, já que esta é perigosa e o desvirtua.

Mas como demonstrar virtude vivendo só? Para que serve a pureza, a justiça e a virtude para quem vive numa ilha deserta?

Na minha releitura metafórica do mito de Noé, procurei dizer que o narrador bíblico concordaria com nossa opinião de que o homem é mau e corrupto mas que no meio da corrupção humana, a virtude e a justiça se fazem presente no personagem de Noé.

Caín, representando portanto, a semente da corrupção humana.

Ora, isso concorda com o que eu e o Levi estamos defendendo, que o homem é sim inclinado ao mau mas que possui também, a semente do bem em si mesmo.

Resta-nos, o equilíbrio.
Eduardo Medeiros disse…
MARCINHO (e também os demais):

Que tal personalisarmos um pouco nossas teses?

Você, Marcinho, nesse seu viver existencial pessimista e fadado sempre a buscar o mau, sua esposa e filho concordariam que você é um "homem mau"?

Você, pela sua natureza perversa e corrupta, representa algum perigo ao seu filho ou à sua família?

Queria entender direito a sua seguinte fala:

"Concordo, porque ninguém precisa ensinar para uma criança violencia, egoismo e todo genero de maldade, mas, o bom comportamento, as boas maneiras, e a moral hipocrita social, esta sim, precisa de muito, mas muito ensinamento"

Pelo que entendi, você é contra educar uma criança para o bem, para o bom comportamento e boas maneiras, já que tudo isso seria resultante de uma "moral hipócrita"?

Se é isso que você quer dizer, diga-me, meu caro, ex-pupilo-protegido, você vai educar seu filho para ser um homem de bem, honesto, digno ou vai criá-lo de modo a potencializar a sua natureza ruim, degradada, egoísta e individualista?

O seu sonho é ver no seu filho a comprovação de suas teses?

Agora, se eu não o interpretei corretamente, por favor, esclareça a minha falta de hermenêutica.

A minha pegunta é extensiva a todos os que acham que virtude, honestidade, bondade, ética, solidariedade, são apenas o resultado de uma moral hipócrita e egoísta que deve ser descartada para deixarmos o homem ser "o que ele é".

Ah, adorei o "Duduzinho"....rsssssssss
Eduardo Medeiros disse…
Mirandinha,

fico lisonjeado com seus aplausos; agradeço e "egoisticamente", afago meu ego com elas (só para o Marcinho não achar que eu quero posar de virtuoso)...heeeeeeee
Edu meu caro,
De certa forma eu concordo com Marcio Alves. Até nas historinhas de ficção o homem é uma criatura ignóbil, leia gêsesis. O homem tem a essência da maldade, perversão e egoísmo.Os bons princípios morais, a honestidade, o caráter ilibado devem ser ensinados aos filhos, senão prevalece o mau instinto inerente à raça humana. O homem só é a mais perfeita das criaturas porquê nenhuma outra reclamou esta pretensão.
Marcio Alves disse…
Pode vir quente DUZINHO que eu estou fervendo rsrsrs como é bom voltar a debater (só não sei porquanto tempo a facul vai me “deixar” viver este prazer rsrsr)

EDUARDO e LEVI

Em relação a frase do LEVI, eu disse já na outra postagem, que mesmo sabendo de antemão que “somos o que somos” e que não podemos negar – pois é instinto, natural do ser humano – devemos contudo, aprender a viver em sociedade (como já temos feito em milhões de anos), mas não porque somos bonzinhos, ou porque somos “meio a meio” como pensam você DUZINHO e LEVI, mas porque precisamos do outro, e como somos seres inteligentes, sabemos nos adaptar as circunstancias mesmo desfavoráveis – leia-se “hipocrisia”.

Por isto ALTAMIRANDO, estamos no topo da “cadeia alimentar”, pois sabemos usar o outro em nosso beneficio...se destruirmos o outro, estamos destruindo a nós mesmos...só que há aqueles que são mais maldosos ou menos racional e que sai por ai matando e ferindo o outro, e conseqüentemente, ferindo assim mesmo.
Eduardo Medeiros disse…
Certo, Mirandinha,

mas não é sugestivo que é esse mesmo ser cuja essência é maldade, perversão e egoísmo que busca para si a boa moral, a honestidade e o caráter?

Um ser absolutamente mau não buscaria nenhuma forma de bem.

Ou será que foi mesmo Javé que nos ensinou a ética no evento do Sinai?
Marcio Alves disse…
DUZINHO,

Em relação ao Agostinho, eu não concordava com ele na época em que era cristão, porque eu era um “ingênuo fervoroso humanista-deista-cristão-universalista”, mas agora que não sou porra nenhuma (“atoa” talvez rsrsrs), concordo com ele no que tange a maldade inata humana....citei ele, porque ele foi o primeiro cara (tirando a própria bíblia que dá um show, mostrando e “provando” que a natureza humana é má “dês da sua meninice” rsrs) que eu li de peso que afirmava categoricamente a maldade explicita humana.

Na questão do pensamento utópica que você levantou, da possibilidade do homem viver só para a sociedade não o corromper, e assim ele ser bom, leia o livro “senhor das moscas” e deixarás de ter este pensamento – sendo muito, mas muito breve em minhas palavras, “o senhor das moscas” é um clássico da literatura mundial, que o autor (pastor, se não me falha a memória) descreve uma estória de um grupo de crianças dentro de um avião que cai numa ilha deserta, onde eles procuram sobreviver e criar uma nova sociedade, mas o que acontece é o que já ocorreu no passado, presente e também ocorrerá no futuro em todas as sociedades: a mesma violência e corrupção.
Marcio Alves disse…
EDUARDINHO, você ainda existe em dizer que existe virtudes no ser humano?
Cara, não é virtude.....as vezes necessidade, em outras falta de oportunidade ou repressão em fazer ou mal e pressão em fazer o bem, mas nunca “virtude na virtude”.

Diga-me aonde se encontra esta “semente do bem em si mesmo” no homem, que você tanto insiste em dizer?? Quero exemplos na vida diária em que isto é fato.
Marcio Alves disse…
DUZINHO,

Suas perguntas são tão fáceis de responder (pois já venho nos comentários falando sobre isto) e ao mesmo tempo tão capciosas (porque o que minha família tem haver com o debate? Estamos a falar do ser humano como ser universal, e não pessoal...espero que não queiras levar o debate para o campo do sentimental, porque isto é golpe sujo)

Sou mal como qualquer ser humano é, mas também sou adestrado, como qualquer ser humano também o é, para viver em sociedade, por isto, que na essência mal, mas no viver em sociedade, um sujeito adaptado (“bom”)....preciso desenhar para você entender?? Rsrsrsrs

EDUARDO sua fala: “Pelo que entendi, você é contra educar uma criança para o bem, para o bom comportamento e boas maneiras, já que tudo isso seria resultante de uma "moral hipócrita"?”.

Agora minha resposta: não sejas burro ou malandro ao interpretar distorcendo minhas palavras.
Se estou a falar quase por “2 horas” que o ser humano precisa, e se adapta, para viver em sociedade, como posso ser contra??
O que sou realmente contra é a fala “bonita e do bem” sua EDUARDO, RODRIGO e LEVI...porque a sociedade já é hipócrita, agora vem vocês com os vossos discursos polidos e políticos e também hipócritas???? (esta doeu heim rsrsrsr)

Agora em relação ao meu filho, mas é claro que vou ensinar e educar com a “moral hipócrita” social, pois se não, ele seria excluído do meio social, e como o ser humano é um ser social, logo ele seria um “morto vivo” social....e como queremos sempre tudo de melhor egoisticamente para nosso filho, vou educar ele, para ele se adaptar ao convívio social...mas pode ter certeza que quando ele crescer e tiver maturidade e estrutura psico-social, vou dizer tudo o que penso.
Marcio Alves disse…
MIRANDINHA, não precisa nem responder estas perguntas do DUZINHO, pois abaixo eu explico do porque o ser humano "cuja essência é maldade, perversão e egoísmo, busca para si a boa moral, a honestidade e o caráter".

Manda outro argumento DUZINHO, pois este já refutei em poucas palavras. kkkkkkkkk
Marcio Alves disse…
EDUARDO,

Como você "cata milho no teclado" eu vou dar uma saida mas depois eu volto "ala hubner" kkkkkkkk
Eduardo Medeiros disse…
Marcio,

responda-me objetivamente as perguntas que lhe fiz.

tua frase

"estamos no topo da “cadeia alimentar”, pois sabemos usar o outro em nosso beneficio."

revela algumas coisas. o verbo "sabemos" aí, denota consciência e vontade, logo, não diz respeito a uma essência humana má, mas a uma possibilidade de fazer o mau se assim quisermos, por qual motivo for.

podemos igualmente colocar o termo "sabemos" da seguinte forma.

"sabemos fazer o bem, buscar o bem e sabemos fazer o mal e buscar o mal. no final das contas, tudo depende da minha vontade".

E dizer que qualquer pessoa que faz o bem SEMPRE E DETERMINANTEMENTE faz por egoísmo e proveito próprio é uma tese que não pode ser provada.
Nos dizeres bíblicos:

"Eis que te proponho a benção e a maldição; escolhei pois a benção, para que vivas".
Marcio Alves disse…
Cade vc LEVI mestre da psicanalise (depois, vou consultar você para me esclarecer algumas duvidas sobre psicanalise que eu tenho na facul)...correu do debate??? rsrsrsrs
Eduardo Medeiros disse…
Só para exemplificar de forma bem tosca.

Emprestei há 8 meses, 50 reais ao meu vizinho. Ele disse que me pagaria em 5 dias. Cobrei uma, duas vezes. Mas vejo que de fato, ele vai "esquecer" e não via me pagar. Pode ser que esteja em dificuldades financeiras.

acontece que eu decidi não cobrar mais. Deixar prá lá. Fica como se o dinheiro fosse doado. Eu poderia processá-lo, ameaçá-lo, dar umas porradas nele, etc, O QUE SERIA UM MAL E ESTARIA AGINDO CONFORME NOSSAS INCLINAÇÕES VIOLENTAS E EGOÍSTAS e ainda teria razão para tal.

A partir do momento em que eu RESOLVO não fazer o mal a quem me deve, eu deixo de fazer o mal e faço um bem(ele não terá que me pagar) e é um bem que eu faço tomando prejuízo, e pode ter certeza que não tenho nenhum prazer egoísta em tomar preju.

Mas não há, concordo, nenhuma virtude nessa atitude(alguns dirão, inclusive, que eu sou um trouxa). é simplesmente uma questão de DECISÃO.
Levi B. Santos disse…
Marcio


Não sei, mas talvez você conclua que estou querendo ficar em cima do muro, com o que vou dizer:

Somos todos regidos pelo princípio do prazer e, não resta dúvida, que é por essa atração que estamos registrando os nossos comentários aqui nessa sala.

Pode parecer até que estou saindo pela tangente, ao dizer que todos aqui estão certos em suas colocações. Mas quando estou fazendo essa afirmação, estou na verdade admitindo que é o PRAZER da troca de idéias, o motivo principal que nos impulsiona a comentar, sem que tenhamos necessariamente de convencer o outro a pensar como pensamos. Se o debatedor desejar assumir ser um “igual”, que fique só no desejo utópico (rsrs).

Como diz a máxima Chassídica: “ Se eu sou eu porque você é você, e você é você porque eu sou eu, então eu sou eu e você é você, e nós podemos CONVERSAR.
Já dizia Nelson Rodrigues: “A unanimidade é burra” (rsrs)

Você já racionalizou por duas vezes que a FACUL vai o afastar aqui do convívio. Mas deixa eu tentar acertar o alvo: Mesmo com toda carga de deveres e obrigações, estou quase convicto de que você não se furtará, quando o tema for cativante, aparecer nesta humilde (e vaidosa) sala com suas sábias e “vaidosas” colocações. (rsrs)
Marcio Alves disse…
EDU

Você já foi “melhorzinho” nos comentários...exclua a palavra “saber”, que você tanto esta usando ela para distorcer minhas palavras, (lembre-se que qualquer palavra deve ser interpretada pelo seu contexto) e coloque, que o ser humano sempre irá se relacionar com o outro, em beneficio próprio, mesmo que seja aquele motivo “perdoável” e “bonitinho” da pessoa gostar e ter prazer com a presença do outro, pela amizade que tem, (o “gostar” e ter “prazer” já é um ganho) até o mais baixo e vil que é por dinheiro ou algo semelhante.

Como é que não pode ser provada? Leia a bíblia, leia as literaturas, leia os jornais, leia os seres humanos próximos a você, e finalmente, leia você mesmo, se tiver coragem de reconhecer a verdade sobre você mesmo e verás, se é uma tese ou um fato.

Agora veja esta sua frase que ridícula (eu tenho mesmo que refutar isto??): “acontece que eu decidi não cobrar mais. Deixar prá lá. Fica como se o dinheiro fosse doado. Eu poderia processá-lo, ameaçá-lo, dar umas porradas nele, etc, O QUE SERIA UM MAL E ESTARIA AGINDO CONFORME NOSSAS INCLINAÇÕES VIOLENTAS E EGOÍSTAS e ainda teria razão para tal.
A partir do momento em que eu RESOLVO não fazer o mal a quem me deve, eu deixo de fazer o mal e faço um bem(ele não terá que me pagar) e é um bem que eu faço tomando prejuízo, e pode ter certeza que não tenho nenhum prazer egoísta em tomar preju.” (frase do Eduardo)

Minha resposta: Mas e o maior ganho que é, o de você mesmo em seu inconsciente (será??) ter o prazer de se achar um cara 10 e bondoso??? E o ganho do cara te achar bonzinho??? E o ganho que você tem contando isto para outras pessoas (no caso da blogosfera então nem se fala) ??? E eu, como estou sozinho aqui defendendo que o ser humano é mal, estou me fudendo, porque para as pessoas que estão lendo nosso debate, deve imaginar que eu sou um monstro e vc, que perdoou a divida do cara, e que defende uma tese “meio a meio” (leia-se em cima do muro) um “anjinho sem assas”.

Entenda EDU, que o ganho vai muito mais alem do que o ganho financeiro....
Marcio Alves disse…
LEVI

Ótima colocação do principio que rege todos os seres humanos que é o “principio de prazer” que eu diria estar embasado sobre o egocentrismo humano.

Pois como já dizia Schopenhauer que o ser humano é um animal tão egoísta, que em troca de sua vida abriria mão de toda raça humana....é sempre assim, nunca fazemos um “mal” “mal” e/ou “bem mal” tão eficazmente quando é nosso interesse que esta em jogo.

Bom exemplo do egoísmo humano através do blog...sempre estamos por aqui no blog, não é por causa da saudade do outro “pelo outro”, mas pelo prazer (ganho) que é debater.

Agora, que mesmo super lotado de tarefas, eu vou tentar vir aqui, isto é verdade. Rsrsrsrs
Levi B. Santos disse…
Marcio

Você vai dar muita dor de cabeça aos professores aí da sua FACUL (infle o peito agora – rsrs)

Uma coisa eu lhe digo: Na Facul, você vai ter que aturar muitos discursos, até não querer mais.

A psicologia social, por exemplo, dá a idéia de que a generosidade é uma virtude a ser buscada, e que implica, segundo F. Gikovate, em obrigações a favor dos pobres “egoístas”

Mas você concorda que, a ajuda do generoso (que lá no íntimo se sente orgulhoso do seu feito) aos pobres coitados cheios de traumas, não incorre em benefício para a sociedade?

Na sua visão, como fugir dessa simbiose do “é dando que se recebe”?

O Dr. Francisco Franco da Rocha (1864 – 1933), introdutor da psicanálise em São Paulo e autor de uma vasta bibliografia afirmava sempre a máxima Franciscana : ”É dando que se recebe” como algo natural e sem conotação maldosa. Durante toda sua vida de abnegação foi sempre reconhecido pela sua firmeza de caráter e maneira meiga e honesta de lidar com os pacientes. Diz-se dele, numa pequena biografia, que os doentes de uma forma geral cediam ante o prestígio de sua candura, ante às ordens brandas que partiam do seu coração. Doentes tranquilizavam-se, sem necessidade de medicação ante a sua maneira humana de abordagem.

RESUMO da ÓPERA: Quem teria a “grandeza” de dizer para um paciente, já curado de seus males e bem entrosado na sociedade, que o Doutor que o tratava é um cara-de-pau hipócrita?
Marcio Alves disse…
LEVI

Na verdade já dei muito trabalho, mas hoje, mais maduro, fico na minha, mesmo não concordando na maioria das vezes, pois vi o transtorno e confusão que trazia para os demais alunos no ano passado...sem contar que era tido como a ovelha negra da minha turma...me recordo de um episodeo bastante tragico e comigo, para falar a verdade, a professora no inicio do ano, perguntou para cada aluno do porque escolheram psicologia, ao que todos unanimimente responderam que era para ajudar o proximo, os seus familiares, contribuir para melhorar a sociedade, e todo "marketing do bem", quando chegou na minha vez (como eu me arrependo, pois na sociedade de hoje, ou o cara é hipocrita ou se dá mal rsrsr) eu disse a verdade: que estava ali para ganhar dinheiro, reconhecimento, no minimo dos familiares e amigos, e no máximo, se tornar um cara conceituado...precisa ver a cara dos meus colegas..ate hoje eu lembro. kkkkkkkk

Agora em relação as disciplinas, grande parte é blá-blá mesmo...olha, se eu for falar tudo que não concordo, não daria tempo do professor ensinar o conteudo da materia. rswrsrsrsrs

Teve até uma vez que a professora falou que eu estava no curso errado...e ainda disse que a sala de filosofia era a do outro bloco...dá para acreditar. rsrsrss

Agora em relação a ajudar as pessoas, mesmo por egoismo do prazer de ajudar ou pela vaidade de ser visto como um cara de espirito superior, não faz diferença para quem recebe ajuda mesmo...nisto eu tenho que concordar...mas o que esta em questão é o fato (e não uma tese abstrata como pensa o EDUARDO) de que todos nós, por mais que sejamos "generosos" e "bondosos" em nossos atos, somos o tempo todo egoista, interesseiros, vaidosos e oportunistas, seja de um jeito consciente e claro, ou seja inconsciente e escuro.
Levi B. Santos disse…
Quem nos livrará do corpo dessa morte? , disse um certo Saulo de Tarso, cria do professor filósofo Gamaliel, Essa frase ressoa até hoje (rsrs)

Mas, aqui pra nós, seus mestres são muito radicais (ah, como Paulo também era: de radical do judaísmo à radical do Constantianismo) rsrs
Eduardo Medeiros disse…
Meu amigo, desculpe te decepcionar, mas eu não sou O TEMPO TODO egoísta, interesseiro e oportunista (vaidoso fica difícil negar....heee). O problema não é a tua tese, o problema é você querer universalizá-la.
Eduardo Medeiros disse…
Márcio,

talvez o problema da tua tese seja dizer que a motivação para quem faz o bem é má e egoísta. E não é. Ter prazer em fazer o bem não é um mal. Ter prazer em fazer o mal, isso sim, não é um bem.

Em nem um momento eu quis parecer bonzinho contando minha experiência, acredite se quiser.
Eduardo Medeiros disse…
na verdade, quis mostrar que fazer o bem ou fazer o mal é na maioria das vezes, uma decisão.
Eduardo Medeiros disse…
ah, Marcinho, você ainda não respondeu as perguntas que eu te fiz sob o legado moral que você pretende deixar para seu filho(se é que pretende).
Elídia :) disse…
Oi meninos...essa reflexão é pertinente...tenho umas hipóteses advindas daí,xrs
Querer entender esse sujeito, esmiuçar a dor e puxar a responsabilidade para si, ou ao seu meio social, é um caminho... A maldade é algo que nasce com ele, desejamos a mulher do próximo, cobiçamos o que não é nosso, desejamos que o outro se de mal em algo que queremos nos dar bem, somos relapsos em relação ao nosso papel de cidadãos, e ainda acusamos os outros de serem pscicopatas e saírem por aí fazendo o que da na telha. Mas e qual é a diferença entre nós (bons) e os outros (maus)? Ficamos no terreno do planejamento, passamos longe da execução, mas a 'síndrome de Caim' sempre nos acompanhará...Acho que se pode sim, optar pelo bem, prova disse eh que ao 'arquitetarmos' essas 'maldades' todas, dificilmente elas sairão do papel. Mas a maldade sim, existe e nas formas onde menos se espera que se apresente.
Marcio Alves disse…
EDU

Minha visão é muito parecida com a da psicanalise do homem universal, porém não deixado de ser interacionista, dai a minha generalização.

O prazer em fazer o bem, não é o do prazer em si mesmo de ajudar, mas sim, de ficar contente consigo mesmo, se achando um sujeito legal, eis a diferença....concordo com os antigos mestres, quem se diz conhecer assim mesmo, e continuar se achando um cara do bem, provavelmente esta muito longe ainda de se conhecer, pois o conhecimento sobre si verdadeiro, te colocar para ver como em um espelho, os demonios que habitam em você.

Quanto ao legado que deixarei ao meu filho, já te expliquei acima, não há mais nada a acrescentar sem correr o risco de ser repetitivo, portanto, leia de novo e com atenção.
Marcio Alves disse…
Olá ELIDIA, minha companheira que eu desconhecia do blog.

Concordo com sua fala (ou será que é sua fala que concordo comigo? rsrsr), porém, discordo em um ponto...mais precisamente, na questão de podermos optarmos pelo bem (como você afirma), porém, a pergunta que fica realmente é: este bem que podemos fazer a outro é puro e sincero, ou é por egoismo e interesse em algum beneficio trago por este mesmo ato bondoso? Mas neste caso, poderia ser ainda considerado bondade "puramente pura"?
Eu concordo com Elídia, podemos escolher sermos "bonzinhos". Ninguém precisa saber que é em proveito próprio. Posso afagar a galinha que vou matar para o almôço.
Edu meu caro, Concordo, é uma decisão. Mas existe um camarada por aí, que causa muita confusão, chamado Confúcio que afirma o seguinte:
"Quando vires um homem bom, tente imitá-lo. Quando vires um homem mau, examina-te a ti mesmo".
Eduardo Medeiros disse…
Mas é evidente que não há motivações "puras"; não nego os demônios; não nego o prazer que se tem em fazer o bem; mas nego que o prazer que alguém tem em dar um prato de comida a um faminto seja egoísta ou mal. E se for, por favor, meus caros amigos ruins por natureza, procurem fazer o bem, mesmo por puro "egoísmo". O mundo agradece.

ah, marcinho, ainda não fui apresentado a tal da psicanalise do homem universal, mas seja lá o que for, se você concorda com ela, eu provavelmente, vou dela discordar.

e eu não vi as respostas das perguntas que fiz. Acho que na verdade, você ficou meio perdido com os meus argumentos..kkkkkkkk
Eduardo Medeiros disse…
Tô com Confúcio e não abro. Quem tem consciência que anda nessa corda bamba moral, tem mais possibilidades de buscar o bem, pois o bem que nele há conhece muito bem do mal que é capaz.
Ainda bem que temos consciência quando praticamos o mal,pois ele é uma virtude dos animais racionais. "Deus criou o mal, para ser praticado".
Este comentário foi removido pelo autor.
A maldade está inserida na personalidade humana haja visto haver necessidade de estarmos inseridos em alguma organização que nos ensine o bem, seja a família ou uma igreja.
Somos controlados por ensinamentos, sem os quais extravasaríamos nossa índole violenta, selvagem e songuinária. Duvida? Analiza-te.
Eduardo Medeiros disse…
Não nego isso Mirandinha. Mas veja o paradoxo humano: nós, seres maus por "natureza", somos capazes de conceber caminhos que nos protejam dessa própria natureza. Uma natureza completamente má seria capaz de fazer tal coisa mesmo que fosse em prol de uma convivência social?

E por favor, alguém posta alguma coisa aí...
Anônimo disse…
RODA A RODA!!!
Se quando eu chegar em casa ninguém houver postado, farei com prazer.
Levi B. Santos disse…
Miranda

Estou aguardando você chegar em casa, com o maior prazer. (rsrs)