Uma questão de Justiça




Elídia Rosa


Desde já quero adiantar que não sou especialista no assunto, mas como cidadã que tenta entender os rumos das coisas dentro da pátria amada, me chamou atenção a seguinte questão que vem suscitando debates.

Creio que quase todos nós algum dia já passamos direta ou indiretamente pelas conseqüências da morosidade de um processo judicial, seja em qual área for, ou acompanhou alguém nessa (geralmente longa) trajetória.

A justiça brasileira em si já é um estudo de caso. Custa entender, por exemplo, como um processo demora 15 anos para ser concluso, e direitos prescrevem, e até em alguns caso o beneficiário morra antes de ver o fim da ação que lhe caberia tais. E nem entraria na área penal, em que o imbróglio às vezes é tão imenso que o réu passa a vítima, e esta culpada, e não seria algo inédito.

Meses atrás fomos brindados com um capítulo interessante da história recente do judiciário.

A Corregedora Nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, informou, nesta segunda-feira (21/11) em Belém (Pará), durante entrevista que investiga a evolução patrimonial de 62 magistrados que não apresentaram declaração de renda nos últimos anos ou foram denunciados. Nesse trabalho, a Corregedoria Nacional conta com o apoio da Receita Federal do Brasil, da controladoria-Geral da União e do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Embora tenha ressaltado seu “dever constitucional” de investigar magistrados suspeitos, a ministra Eliana Calmon explicou que a iniciativa não quer dizer que os 62 investigados sejam culpados. Ela lembrou que os magistrados muitas vezes são acusados pela parte - que perde a ação como forma de vingança. “Estou me aprofundando no exame dos processos”, disse.
A ministra reafirmou existir corrupção no Judiciário, mas em grau muito pequeno porque, em sua opinião, a maioria dos magistrados trabalha honestamente.  De acordo com ela, existem desvios no Judiciário da mesma forma que em todos os segmentos da sociedade. Por isso, é necessário o controle, explicou.

Assisti anteontem no Roda Vida (TVE) a entrevista do sr. Ministro do STF Marco Aurélio Mello, que soltou pérolas do alto de seu juridiquês, que sem dúvida atiçaram ainda mais o debate:

A polêmica discussão entre as esferas judiciais sobre até onde vai o poder do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ganhou nesta semana mais trocas de farpas entre ministros. Na segunda-feira (9), no programa Roda Viva, da TV Cultura, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello provocou a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e corregedora do CNJ, Eliana Calmon, ironizando sobre sua autonomia dentro do órgão.
“Ela tem autonomia? 
Quem sabe ela venha a substituir até o Supremo.”
Gostaria, enfim, de discutirmos tanto sob a ótica nacional, quanto a do mundo que conhecemos globalizado, e conhecer de quem tem informações sobre como é feita a ‘justiça mundo afora’, e se há uma chance de um dia chegarmos ao menos perto de padrões que forem apresentados como exemplo. 

Comentários

A Elídia deu sinal de vida. Reintegração de posse.

A corrupção chegou ao judiciário, podemos sonhar com esperanças? Não.

Chegamos ao fundo do poço. Meus pêsames!...
Elídia :) disse…
rsrs, pois é, eu estava em campo de trabalhos forçados, mesmo ganhando pra isso.
Levi B. Santos disse…
Cara confrade Elídia


Em nome da C.P.F.G., te agradeço por teres ouvido a voz do "Senhor", que te falou ontem no Facebook, para não deixar o vácuo tomar conta dessa casa, que já foi muito movimentada e hoje se encontra abandonada pela maioria dos irmãos que dela faziam parte. (rsrs).

Mais tarde (à la Hubner), virei para tecer alguns comentários sobre esse instigante tema.
Levi B. Santos disse…
Elídia


Deu uma coceira, e eu voltei logo. (rsrs)


Elídia


Quão difícil é aplicar as leis para aqueles que as fazem ou elaboram.

Assisti a entrevista de Marco Aurélio no Roda Viva. Ele foi metralhado no bom sentido, e acabou ficando em situação constrangedora perante seus pares, ao advogar as férias de 30 dias, ao invés de 60 dias como é estipulado em lei, para o judiciário

Mas eu pergunto:

Os juízes do supremo são realmente independentes ou isentos para um julgamento como o do mensalão petista, que tem no Revisor do processo o juiz Lewandovski?
Sabe-se que ele foi indicado para o STF pelo PT, e, segundo a imprensa freqüentava as rodas petistas antes de assumir a cadeira do supremo? Será que ele vai trair os amigos que o colocaram lá em cima.

Eu acho isso uma pantomima. ´

Nesse nosso mundo do toma-lá-dá-ca, o Rei e seus Parceiros serão sempre intocáveis. Poderão até ser demitidos como os sete ministros da Dilma, mas jamais deixarão de ser agraciados, pois as tetas do governo são muitas, e algumas ainda estão invisíveis ao nosso pobre olhar.
Eduardo Medeiros disse…
Elídia,

bons ventos a tragam de volta!!

Levi, é pantomina, mesmo!!

Quem julga os que julgam?
Eduardo Medeiros disse…
Levi, creio que como administrador desta Confraria, tá na hora de você atualizar o "quem somos"...rs
Levi B. Santos disse…
É isso aí, Edu

Os corregedores "julgam(?)" os juízes.

E quem julga os corregedores que não querem julgar os juízes?

Nesse país a batata quente sempre sobra nas mãos de quem quer fazer o serviço correto. Pobre da Eliana Calmon (rsrs)

Tá faltando aqui na Confraria um juiz para julgar os faltosos ao trabalho. (rsrs)
Taí Levi, você já tem sua batata quente para resolver; aceitar a exclusão dos que a pleitearam veledamente.É de bom termo avisar.
Sou favorável à faxina proposta pelo Eduardo Medeiros. A C.P.F.G não é a Praça de Maio para exibir nome de desaparecidos... "Apesar do sujestivo nome".
Levi B. Santos disse…
No mito de Adão e Eva, é a própria voz da consciência, simbolizada por um deus, que os impeliram a sair do Éden.

Aquela desculpa esfarrapada de Adão em dizer: "a CULPA é da mulher que me deste", parece vigorar ainda hoje, aqui na Confraria:

Um culpam a Faculdade que toma todo o seu tempo

Outros culpam o Trabalho intensivo demais que os impedem de acessar a internet.

Outros dizem: o tempo que me resta só posso dedicar ao facebook.

Outros dizem: estava de férias ou viajando.

E por aí vão as velhas desculpas. (rsrs)

Entretanto, reconheço que eles tem toda a liberdade de se dedicar ao que acha prioritário e ao secundário. Quanto ao que é terciário, deixa-se pra lá.

Não vou me arvorar de JUIZ, pois quem com o ferro fere, com o mesmo será ferido.

Como médico, posso até arriscar um diagnóstico, ou as causas dessa ANOREXIA:

Das duas uma:

1. A comida fornecida aqui não está agradando mais ao paladar dos desaparecidos, e por isso eles não mais frequentam o nosso restaurante

2. A causa é mais profunda: está la dentro dos confrades desaparecidos. Talvez uma gastrite crônica. Quem sabe?... (rsrs)
Levi B. Santos disse…
O tema que Elídia abordou não poderia vir em melhor momento.

Falamos tanto da Justiça que é fisiológica, que não dá satisfação a sociedade, que tem uma caixa preta, e que luta para não a tornar transparente.

Ora, se nós que idealizamos uma confraria, não conseguimos seguir uma simples ordem de postagem, e a abandonamos ao deus dará, como poderemos falar das instituições?

Fica como aquela coisa de atirar no espelho que reflete a nossa própria imagem. Ou não?

Ou o Brasil é assim, porque somos assim?
Levi B. Santos disse…
Miranda

Não sei se você já notou: O PENSAMENTO do DIA da C.P.F.G., virou Reprimenda do Dia. (rsrsrs)
Elídia :) disse…
Sim, foi bom ouvir a voz do sr..rsrs Duas coisas: dr. Levi levantou uma questão me inquieta há algum tempo: eu creio q n tenho problemas em falar disso, não sou anti-petista (ainda) afinal, ja fui mesmo militante...mas vivemos sim, uma ditadura partidaria, as decisões atreladas me deixam com a impressão q daqui a pouco pessoas q tomarem decisões tais como dessa corregedora, sofrerão serias consequencias...por sinal, o q aconteceu ao ex-prefeito Celso Daniel? Vivo num estado de desalento grande com os rumos q a cada dia mais se toma por aqui, e ja tive vontade de pegar o primeiro avião com destino a...mas isso eh uma outro assunto.
Quanto a confraria, sejamos tardios em irar-nos irmãos, rsrsrs...Quem sabe as atenções assim como tudo na vida voltam-se a outras 'novidades'? Não seria o caso então de repaginar alguma coisa, de repente abrir uma 'filial' com topicos nas redes sociais,rs? Sei lá. só uma sugestão...Há-braços.
guiomar barba disse…
Confrades, ainda bem que eu sempre fui apenas uma simples aprendiz nesta casa e a menor de todas. rsrs Não consegui esquecer esta confraria, as vezes dou uma espiadinha aqui e sei que continua em bom nível.

Elídia pensa, e nos obriga a pensar com muita sabedoria. Parabéns!
Fiquei apenas com uma dúvida. Isto seria verdade? Que "A ministra reafirmou existir corrupção no Judiciário, mas "em grau muito pequeno" porque, em sua opinião, a maioria dos magistrados trabalha honestamente."

Qual seria a proporção entre minoria e maioria?

Beijo.
Eduardo Medeiros disse…
Levi,

eu acho que todo mundo tem o direito de sair de onde quer que seja. O Esdras disse que ia sair e saiu. O Evaldo nem mesmo queria entrar(segundo ele veio com a onda..rs)e então, saiu de onde não deveria ter entrado. Agora, o Marcio realmente está sumido até do blog dele, mas continua postando, apesar de quase não aparecer para dialogar. O Edson Noreda, está envolvido num novo projeto que você sabe; O JL se debandou para o face(como o Esdras).

O que me deixa cabreiro é o Bill, o Carlos, o Hub e o Isa. Principalmente o Carlos que nos deu tanto o prazer de seus substanciais comentários e de repente sumiu, sem dizer nada. Os outros também sumiram sem dizer pelo menos "Tô indo, gente"...rss

Que seja, Levi; não sejamos então juízes; eu mesmo não sou tão assíduo como eu era, desde que o eduardinho nasceu...
Eduardo Medeiros disse…
Gostei da "reprimenda"...rsssss
Este comentário foi removido pelo autor.
Caro Levi,não acho que a 1ª opção seja a causa, mesmo quando só se postava assuntos religiosos, alguns já eram ausentes. Com a diversificação dos temas outros sumiram. acho que o problema foi o desinteresse ou a falta de assuntos para tantas redes sociais. Postar em dois ou três blogs, facebook, twiter e ainda pregar em igrejas é muito cansativo. Haja tempo.
2- Gastrite crônica. Esta sim.
Amém........
Caro Levi, notei a publicação da reprimenda como pensamento do dia e aprovei. Nada justifica o descaso. Se algum membro não deseja postar nem comentar, tem todo o direito.Só não tem o direito de deixar seu nome configurando este descaso. Aos que não fazem questão de participar da confraria que retirem seus nomes da lista de autores. Não precisam explicar nada, eu não quero entender.
Levi e Eduardo, extirpem desta lista, os desconhecidos.Vocês podem fazer isto. Por favor.
Levi B. Santos disse…
O nobre confrade Esdras Gregório (um dos incentivadores na criação desse blog) pediu para ser reintegrado na C.P.F.G, por isso eu o coloquei de novo no rol dos ativos.

Espero que ele deixe um pouco a facebookmania (rsrs) e venha pra valer.
Levi B. Santos disse…
Elídia

Você falou que vivemos numa ditadura petista. Mas todos do congresso estão a executar uma pantomima. Está todo mundo calado, praticamente às vésperas do julgamento dos mensaleiros que, segundo a imprensa, vai ser o maior julgamento da história. Os congressistas parecem ser farinha do mesmo saco. Eles, lá no fundo, torcem pela morosidade do processo para que se salvem todos.

É de arrepiar, olha o que um jurista famoso (Luiz Flávio Gomes) disse em uma reportagem na VEJA que saiu hoje nas bancas:

“O Supremo corre o risco de ser subserviente ao PT, uma vez que a maioria dos ministros foi nomeada pelo partido”.
Já disse tudo, para um país onde impera o fisiologismo.
Elídia :) disse…
Então meus medos são mais reais q pensava...rsrs... n precisaremos outro golpe militar. Mas o q é de se esperar se os ministros foram nomeados pelo partido, não é mesmo? Esse julgamento dirá muita coisa, vou ler a reportagem q recomendou. Abraços.
Outra pizza tamanho gigante com todos os ingredientes petistas. Alguém duvida?
Novos seguidores. Jonas F. Mendonça, Andréa e Fefe, benvindos à C.P.F.G.