Metamorfose... A morte das formas como meta para a vida!







Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo
Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo 


Raul Seixas


Houve um tempo em que eu era critico feroz das músicas do Raul Seixas, e ainda continuo, mas agora vejo no conteúdo revelações sobre uma “antropologia existencial”. Acho que no processo de viver, também me reconheço como uma “metamorfose ambulante”, visto que a vida do ser humano consiste em constantes “mortes de formas” no caminhar da existência. 

Se não fosse esse dinamismo de “morrer as formas”, extinguiria a raça, a beleza da humanidade está em que na “morte das formas”, preserva-se a vida. È nisso que persiste a existência humana, uma verdadeira “meta-morfose”, uma forma que está para além dele mesmo, está sempre em construção o que contraria praticamente o pensamento ocidental que tem sua gênese na filosofia “socrático-platonica-Aristotélica”.

O conteúdo da letra dessa música mostra que a cristalização do pensamento da chamada “verdade meta-física”, o “ideal” platônico, é arqui-“inimiga” da vida, pois essa, é uma “construção em movimento”, é a partir do trágico, que a vida ganha impulso, o desamparo do homem diante a imensidão do universo, empurra-o na busca de uma “segurança”.

Da insignificância nasce o desejo de “Transcendência” que imerge como uma necessidade de continuidade da existência! Esse desejo anseia por uma verdade “formada”, mas essa nas contingências da vida precisa perder a “forma”, é preciso então ter coragem para re-ver as opiniões que se tinha ontem, aceitar a contra-“adição”, o paradoxo da vida, afinal a lógica não vem da vida, mas da imposição da razão sobre o livre curso da natureza.

A razão não é natural, é uma imposição, uma forma de manter a existência dentro de limites, pois esses impedem do homem se diluir, mas essa razão que impões limites para preservação da vida, deve perceber que há tempo de “perder a razão”, a cristalização da razão congelada, elimina a riqueza do devir [1]. 

Dai Heráclito dizer:

“O mesmo homem não pode atravessar o mesmo rio, porque o homem de ontem não é o mesmo homem, nem o rio de ontem é o mesmo do hoje".

Acho que Nietsche tinha razão: Toda vida se alimenta de outra vida”. Para se manter viva, a vida alimenta-se de outra vida, e dela própria, pois viver implica em constantemente morrer, a morte é o alimento da vida. 

Interessante... “A ceia do cristão é alimentar-se do corpo de quem morreu”, pela morte do corpo, a vida torna-se alimento para os que vivem... 
______________________________________________
[1] Devir é um conceito filosófico que qualifica a mudança constante, a perenidade de algo ou alguém.




J.Lima


Publicado originalmente em  http://jl-reflexoes.blogspot.com/2009/12/metamorfose-morte-das-formas-como-meta_26.html

Comentários

Eduardo Medeiros disse…
caros confrades: escolhi esse texto do jl já que ele ainda não se pronunciou sobre qual gostaria de ver postado aqui. como esse texto originalmente foi pouco debatido lá em seu blog, fica aqui mais uma oportunidade.

vale a pena pensar de novo...
Levi B. Santos disse…
De início, quero reproduzir o comentário que fiz à postagem do J. Lima em seu blog, em Janeiro de 2010.

"...é a partir do trágico, que a vida ganha impulso, o desamparo do homem diante a imensidão do universo, empurra-o na busca de uma “segurança”.

Bela e significativa construção.

Da solidão e do desamparo nasce o poder criativo do homem. Mas tudo isso é uma prova de que não estamos totalmente sós.
Pablo Neruda já dizia: "Minha vida é uma vida feita de todas as vidas".

O desamparo e a solidão nascidos das separações inevitáveis, estabelecem em nós o aguilhão da inventividade criativa.

Parabéns pelo criativo e significativo ensaio.

Um abraço fraterno

Levi B. Santos

1 de janeiro de 2010 10:22
Levi B. Santos disse…
Caro J. Lima

Acho que o Raul Seixas, antes de fazer a letra de sua música “Metamorfose Ambulante”, com certeza, deve ter lido e refletido bastante sobre o livro “Metamorfose” - de Kafka.

O personagem central da história kafkaniana, - Gregor Samsa – em sua tragédia pessoal, critica a sociedade da época, com suas normas e rigidez de pensamento.

É a fixidez da razão que não se submete ao irracional, que leva o indivíduo a não se ver no próprio inseto.

A crítica de Kafka é justamente endereçada àqueles que têm nojo em reconhecer-se na figura simbólica da barata. Ela nada mais representa que os recalques individuais que através dos mecanismos de defesa psíquicos, são impedidos de saírem dos porões do seu inconsciente.

O homem racional não entende que a bela borboleta do cabeçalho do ensaio, é uma “repelente” lagarta metamorfoseada. Nela reside a insignificância de onde imerge uma outra forma sustentada pela BELEZA do desejo de transcender
guiomar barba disse…
Por isto Jesus diz: "Se o grão de trigo caindo na terra não morrer, fica ele só, mas se morrer produz muito fruto."

Eu prefiro ser esta metamorfose ambulante...

beijos.
guiomar barba disse…
Grande Levi, gostei demasiado da frase do "Pablo Neruda: "Minha vida é uma vida feita de todas as vidas".
Isto é um berro de verdade.

Beijaço amigo.
Levi B. Santos disse…
Caro J. Lima


Não sei se foi acaso ou obra proposital sua, postar essa foto (da borboleta com corpo fetal), que pra mim tem tudo a ver com a simbologia da psicologia de Jung.

A foto do topo do ensaio se reveste de um extraordinário significado dentro da simbologia junguiana. As belas asas do animal adulto representam o nosso invólucro externo, ou seja, a consciência. O recém-nascido representa o inconsciente

O recém nascido (da foto), como o nosso inconsciente, é aquela nossa essência primeva que está a dizer para as asas adultas em seu movimento ininterrupto: “toda a tua vontade, tudo o que pensas e desejas foram coisas passadas que estão dentro de mim, e não percebes por que tu, no início, não tinhas ainda a consciência formada. Sou o teu cérebro. É de mim que parte a energia que impulsiona os teus movimentos. Sou o teu Superego a quem tu me diriges essa ode:

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator”

(antepenúltima estrofe da letra “Metamorfose ambulante da canção do Raul Seixas)

No caso da borboleta, melhor seria dizer: “metamorfose ondulante” (rsrs)

Não foi por acaso que Jung, assim, iniciou o prólogo de sua auto-biografia : “minha vida é a história de um inconsciente que se realizou”
J.Lima disse…
Bom pessoal
Esse texto é muito especial para min
Eu que acreditava que o RAÚL era um "endemoniado"!
kkkkkkkkkkkkkkk
Quando comecei a refletir nas letras da sua música vi que na realidade ele era um cara extremamente culto.
J.Lima disse…
Levi quanto a foto não foi proposital na realidade entrei no Google e procurei e achei ela bastante propicia por mostrar a borboleta e a criança mostrando o sentido de evolução do homem e do inseto. Não sei se o Raul leu o livro “Metamorfose” - de Kafka. Só sei que quem não leu fui eu. Kkkkk

Mas, olha eu sou cristão, por incrível que parece sou. Uma coisa a humanidade deve a religião, ela é o maior e melhor instrumento para o homem fugir da dura realidade do devir. Todas as religiões se propõe a dar um “anestésico” na consciência humana. Falando da consciência da finitude o quanto é dura e terrível para o homem que não tem nenhuma fé que venha transcender veja o que disse o filósofo Luiz Felipe Pondé citando um psicanalista que não me lembro o nome:

“O homem desde os primórdios viveu sempre como “caçador e caça”, viveu sempre o terror de a qualquer momento ser consumido pelo próprio homem e os animais. Ele gasta uma energia psíquica monstruosa para viver fugindo da consciência de que a qualquer momento vai deixar de existir”!

A religião surge para dar o que o homem mais necessita vejamos:
As religiões panteístas ou politeístas oferecem a união do homem com a divindade através dum processo de carma, purificação. Haverá um tempo em que o homem conquista a imortalidade, pois ele se tornará um com a divindade ou imergirá nela sendo um com o todo (nova era?)

As monoteístas oferecem a continuidade no judaísmo cristianismo e Islamismo todas mostram um paraíso onde a vida continuará. Veja que Jesus diz: “Aquele que crê em mim ainda que esteja morto viverá”, “Aquele que crê em mim não morrerá, pois passará da morte para a vida”!

Ou seja, meus caros amigos confrades: “O Home tem uma doença crônica que é o pavor na consciência do cessar da existência a religião vem e oferece a vida”! O que mais o homem precisaria para viver a vida com o pavor da realidade do fim da existência!

Para pensar...
Hubner Braz disse…
Fiquei boca-aberta... muito bom e profundo o texto. Quer dizer que alimentamos de um corpo morto e não ressuscitado...

POxa... acertou bem no âmago.

Fui e depois voltarei.
J.Lima disse…
Hubner desculpa mas acho que voce nao entendeu o simbolismo da linguagem...
O corpo ressuscitado e mitico, quando falo de corpo morto nao estou falando no sentido literal,estou falando de simbolo...
aliais voce nao acredita que o cristao se alimenta literalmente do corpo de cristo acredita!
J.Lima disse…
Hubner nao nos alimentamos de um corpo morto ou ressuscitado, mas de um corpo mitico! O pao da ceia nao e o corpo de fato nem se torna o corpo, mas e simbolo da vida para os que creem, portanto nao adianta literalizar pois todos sabem que a ceia e simbolica ou nao? rsssss
Guiomar Barba disse…
Gabriel,
Gabriel, só agora voltei na outra postagem.
O que eu disse ao Altamirando, com a lista de cientistas, foi que existem homens cristãos cultos , não tem nada haver com descobertas científicas e religião. Você pegou o bonde andando. rsrs

Beijo.
Eduardo Medeiros disse…
o texto do jl é tão pequeno mas tem tanta coisa a dizer! fala de transformação, de vir-a-ser e da absurda finitude da vida do vir-a-não-ser. por si só, essa ideia de aniquilamento da vida é algo que por mais que os naturalistas queiram dizer que é "natural" eu duvido que lá nos porões dos inconsciente de qualquer materialista não esteja arquivado um arquivo onde ele pondere: eu que sou, deixarei de ser; isso é tão absurdo!

" é a partir do trágico, que a vida ganha impulso, o desamparo do homem diante a imensidão do universo, empurra-o na busca de uma “segurança”. "

o que pensar diante do universo e do absurdo de que tudo se transforma caminhando para o nada? mas se é verdade que na natureza nada se perde, tudo se transforma (vem-a-ser)por que seria absurda a esperança de uma vida transformada-que-é depois da vida-transformada-que-já-não-é?


"A razão não é natural, é uma imposição, uma forma de manter a existência dentro de limites, pois esses impedem do homem se diluir, mas essa razão que impões limites para preservação da vida, deve perceber que há tempo de “perder a razão”, a cristalização da razão congelada, elimina a riqueza do devir [1]. "

a verdade é que a razão não encontra uma razão para a não-vida. a razão é a inimiga do coração, da subjetividade que olha o além, o meta-físico e encontra razão na que se julga irracional.
Eduardo Medeiros disse…
jl, sobre a celebração mítica de se comer o "corpo" de cristo, lembrei-me de ter lido sobre uma tribo indígena que comiam todos os que morriam da tribo. o antropólogo que estudava os hábitos da tribo, perguntou ao chefe por que eles praticavam aquele hábito tão asqueroso. o chefe replicou dizendo que enterrar os mortos era um desrespeito, pois os vermes comem seus corpos. eles comiam os seus mortos pois assim eles continuariam vivendo dentro de cada um deles...
Levi B. Santos disse…
EDU

Entre os vários significados da “Ceia Totêmica Cristã, um para mim se revestiu de extraordinária relevância, justamente por mostrar que o nosso semelhante tem um impacto estruturante na constituição de nossa individualidade.
Assim, Edward Edinger escreveu em seu livro Arquétipo Cristão (página 63):

“Na psicologia de Jung, ao celebrar a última ceia, o crente estaria comendo a sua própria carne e bebendo o seu próprio sangue; isso tinha um significado: o de que ele devia reconhecer e aceitar o outro que há em si mesmo”
Ninguém me deu uma explicação plausível que justifique a hematofagia e o canibalismo no culto à carne e ao sangue de Cristo.
Alimentar-se de um corpo mítico é, no sentido literal, o mesmo que faz a tribo se alimentando de seus mortos, com uma pequena diferença; Na tribo dá-se o nome de canibalismo.No cristão dá-se o nome de atavismo. Um faz,o outro já fez.
Na psicologia tribal, se comia a carne e bebia o sangue dos mortos para absorver seus conhecimentos. Quem sabe se os cristãos ao celebrarem a ultima ceia não têm, inconcientemente, este mesmo desejo?.
J.Lima disse…
Altamirando.
Você fez a pergunta ao mesmo tempo em que respondeu.... rssss
Agora a ceia cristã é diferente de “canibalismo”, não sei em que sentido você está usando esse termo...
Agora uma coisa é certa quando a carne é comida, quando é uma antropofagia, num culto onde a aspiração é a continuidade da vida, logo essa refeição torna-se literal ao mesmo tempo em que se revela mítica!
Jesus disse esse É O MEU CORPO E MEU SANGUE DERRAMADO POR VÓS. Só lembrando que no caso do cristianismo é uma OFERTA DO PRÓPRIO DEUS NA ENCARNAÇÃO. Não tenho informação se há na mitologia ou em algum rito tribal onde haja uma narração tão espetacular quanto ao cristianismo.
Ok?
Veja que a refeição totêmica, do cristianismo é paralela a narração freudiana, o filho mata o pai, para “se apoderar de algo que ele deseja e está no poder do pai”. Depois ele faz um banquete com os demais, esse alimento reflete tanto a liberdade de sair dos domínios do pai, quanto à culpa por tê-lo matado.
A narrativa do éden trata das duas coisas ao mesmo tempo, adão deseja o que o pai possui “conhecimento” e toma posse nesse momento ele simbolicamente “separa-se do pai”, causando a morte dele ao mesmo tempo o separação a vida do pai para ele deixa de existir.
Bom qualquer coisa o mestre Levi e o Eduardo que são os responsáveis de me colocar aqui de volta mesmo estando pelo pescoço de serviço pode dar alguns esclarecimentos sobre esse tema.rsssss
Excelente texto! Parabéns!

Realmente isto explica porque o índio em determinadas comunidades chega a mudar de nome várias vezes (é possível que o cacique Araribóia tenha tido uns 5 nomes). Até porque na cultura indígena, africana e oriental o nome geralmente está relacionado com a personalidade e as características do indivíduo.

Assim, acontecimentos semelhantes também se verifica na Torá judaica no que diz respeito às vidas dos patriarcas Abrão que passa a ser Abraão, o pai de nações, bem como de Jacob que, após mostrar-se forte na luta com Deus, torna-se Israel. E para não falar somente dos homens, faço também menção da personagem Sarai que deixa de ser "princesa" e se torna Sara, a "mãe de reis".

De fato, somos esta metamorfose ambulante e concordo que a razão muitas das vezes torna-se uma tentativa de engessamento desta nossa ambivalência e, por vezes, gera conflitos.

A ideia de sermos consumidores de vida é interessante, o que de certa maneira compatibiliza com a noção de que a humanidade é filha do fogo, elemento da natureza que a Cabala judaica relaciona a Jerusalém. Ou seja, somos chamas consumidoras, seres perturbadores do universo e causadores de uma desordem cósmica.

Shalon!
J.Lima disse…
Sinceramente estava com saudades do nivel pensante dessa confraria
È bom estar novamente com vocês!
Pois bem, J Lima.
Eu não respondi minha pergunta. O canibalismo não pode se consensual. Ninguém suicida pedindo para ser comido. He,he..
Estou usando o termo "canibalismo" no sentido real da palavra, não estou querendo vestir fraque em mendigo.
Continuo querendo saber sobre o atavismo cristão.
Abraços.
Amigo J. Lima,

Também já vi o Raul como um servo do capeta, um seguidor da Nova Era e discípulo em potencial do anticristo. Mas já se foi o tempo em que eu vivia alimentando este folclore do evangelicalismo brasileiro.

Abraços.
Edson Moura disse…
Olá J.Lima meu professor, há quanto tempo não nos falamas né? Olha, vou confessar, quando comecei ler este texto, tive que parar para pensar: O Edu está escrevendo igualzinho ao J. Lima, mas ao chegar ao final, as escamas caíram de meus olhos. rss

Sim, somos metamorfoses ambulantes. Quanto a esta questão eu nem tenho dúvidas. Até escrevi algo parecido à respeito. Mas a grande questão é: Como podemos definir este ser em constante transformação?

Para nos definirmos como alguém em transformação é preciso antes de mais nada, fazermos algumas escolhas, então, a partir dessas escolhas poderemos nos definir frente aos incontáveis "eus" possíveis, qual será o "eu" existente no momento seguinte.

Somos guiados por critérios racionais que orientarão nossa prática. Mas novamente aí, aparecerá outras perguntas pertinentes:

De onde vieram os valores que nos impulsionam para frente?

E...

Esses valores nascem com o ser humano ou nos é inserido pela sociedade em que vivemos?

Será que invariavelmente não temos controle sobre essas forças que nos fazem mudar sempre. Não seria esta uma idèia determinista?

Se é da natureza humana transformar-se, e olha que nem pode ser aceito este termo, "natureza humana", pois ela ultrapassa as barreiras sociais, e culturais, sendo assim, universal.

Decifrar esta tal "natureza humana" seria o mesmo que encontar alguns valores absolutos, isto é, que jamais variam, nem conforme o tempo, tampouco pelo lugar em que se está.

Uma coisa é certa meu caro amigo J.Lima: Todos os seres humanos dividem da mesma humanidade metamórficamente, sendo esta composta de elemntos universais. Ou...

Todos os seres humanos se formam mutualmente, aprendendo com os outros na vida diária, e assim, transformando-se o mundo ao mesmo tempo em que se transformam, logo, não existe "natureza humana" formada por alementos universais, apenas um conjunto de valores agregados por comunidades humanas.

Então Jota? Me responda:

O homem sofre transformações por causa do meio em que vive, ou o meio em que vivemos é que sofre transformações, e nós apenas acompanhamos essas mudanças?

MADONNA! Quantas perguntas sem respostas.rsss

Abraços meu professor
Levi B. Santos disse…
A linguagem mítica e simbólica nunca está ligada ao âmbito do falso e do verdadeiro, do certo e do errado, ela não quer expressar esse mecanismo maquiavélico.

A psicanálise, por sua vez, preocupa-se apenas em analisar o conteúdo da psique expresso no mito. A existência psicológica é subjetiva e verdadeira, porque o conceito de verdade não está ligado ao palpável e ao que é demonstrável racionalmente, mas ao que é percebido sensorialmente, de forma individual ou em grupo”. (Erich Fromm — Psicanálise e Religião – página 21)

O mito é considerado como o maior patrimônio espiritual da humanidade. “Os mitos resultam de experiências humanas coletivas, sem que seus produtores tenham consciência da autoria deles, pois são projeções das interpretações do mundo interior e exterior transformadas em imagens, metáforas ou representações e expressões da própria realidade”. (Ernest Cassirer – Mito e Linguagem – Editora Perspectiva)

A vida para ser vivida não necessita só do "real" . O simbólico e o imaginário são instâncias imprescindíveis para um viver sadio.
J.Lima disse…
Altamirando a sua frase:
“O canibalismo não pode se consensual. Ninguém suicida pedindo para ser comido”
De que ponto de vista você está falando? Da sua ou do “canibal”? O ponto de vista relativiza a vista do ponto! Kkkkkkk
Tanto o termo “canibalismo”, quanto “suicida no tocante a intenção de ser comido”, é uma análise da sua formação cultural com todo o seu contexto, principalmente ocidental.
Tanto o “suicida” quanto o “canibal”, não se consideram suicida tão pouco canibal entende? Canibalismo seria se ele tirasse a vida do outro para se alimentar. Veja que aquele que torna-se alimento do outro, um dia se alimentou de outros também! Ele aceita porque assim como crê que se alimentando de outro ele absorve a vida do outro, também ele crê que ao alimentar outro ele dará continuidade ao ciclo existência.
Suicida e canibal é a hermenêutica dentro do seu contexto de formação.
Cristo pode ser considerado um suicida do ponto de vista ateu, que não vê sentido na sua “loucura”, mas tanto Ele quanto os seus discípulos não o consideravam suicida, tão pouco “canibais”, por comer o “pão” como símbolo do seu corpo.
Não podemos inserir elementos da nossa estrutura psicológica para interpretar fatos de outras culturas, e os definir com os termos que cunhamos dentro da nossa cultura.
Veja... Enquanto para nós ocidentais alguém comer a carne de um morto é canibalismo, o mesmo evento numa tribo que tem a crença que ao comer o corpo do morto, vai dar continuidade a sua vida, o ato pode ser o mesmo, mas o significado é outro. Não podemos estabelecer juízos que na realidade são pré-juizos, quando usamos termos que tem significado para nós, mas é totalmente estranho para eles.
O que torna o pão da ceia cristã o corpo de cristo? Ora o cristão e o não cristão comem o mesmo pão, mas enquanto para um é apenas um alimento par o corpo, para o outro que comeu o mesmo pão, transcende, para ele é INGERIR UM ELEMENTO QUE FISICAMENTE NÃO É O CORPO DE CRISTO, mas que representa alimentar-se da própria carne do cristo que disse: ISSO É O MEU CORPO PARTIDO POR VÓS a divindade diz, ao me comer fará parte de min, e tornar-se-á um comigo, pois aquele que come da minha carne e bebe do meu sangue, passará da morte para a vida!
A fé é metafísica, mas ela transforma a física, pois muda a sua meta,. Ela leva o homem a entranhar-se com o objeto da sua fé, nesse momento o homem absorve a divindade em que crê, fundindo-se na esperança de um dia assim como Ele É também na ressurreição DO CORPO! Agora uma continuidade com a imortalidade!
Abraço.
J.Lima disse…
O mestre Levi
não tinha visto o seu comentário anterior
Caso contrário não teria postado esse depois
Você falou tudo em poucas palavras!
rssss
J.Lima disse…
Edson meu amigo
bom novamente estarmos em contato.
Lí o seu comentário e prometo responder
mas não tão rapido. Estou gastando um tempo que não tenho momento, mas prometo pensar para ver se consigo andar nos meandros desse dilema existencial ok?
Abraço.
Edson Moura disse…
Amigo J.Lima, compreendo que não tenha tempo, eu também não tenho, assim como o Marcio, pois além do trabalho, temos também os estudos, portanto não tenha pressa para responder.

De qualquer forma estarei por aqui aguardando.

Ps. Procurei não fugir muito ao tema, tendo em vista que a questão metamorfose humana seja muito abrangente.

Abraços!
J. Lima, claro que estou falando do meu ponto de vista.
Através da leitura da bíblia e outros manuscritos, fica evidente o suicídio de Cristo por motivos políticos e não religiosos, mas na cultura de seus discípulos ele era um altruista. E ele fez alusão a ser comido. Isto há 2000 anos, quando o homem pouco se diferenciava do macaco.
Eu raciocino de acordo a minha cultura. Não pratico o roubo por ser um ato criminoso em minha sociedade. Apesar de que na antiguidade entre alguns povos não existissem noções de propriedade. Em meio aos índios não existe o roubo, tudo é de todos, mas eu não sou índio.
Continuo condenando a necrofagia e o vampirismo.
Estou tentando me manter no século XXl.
"Mas,convenhamos, uma derriére mal passada, ao vinho, dever ser saborosa". He,he,he.
Abraço.
J.Lima disse…
Altamirando
O Levi falou muito bem anteriormente sobre o MITO como verdade simbólica , que na realidade o conceito de VERDADE que temos é nada mais nada menos do que uma ESTRUTURA DA GRAMATICA, a idéia de sujeito fora do corpo, originada pela filosofia grega e canonizada por DESCARTES, coloca o mito os símbolos como antônimo da verdade, quando na verdade, o antônimo de verdade não é o mito mas sim a verdade!Como disse o Levi, a verdade do mito não existe lógica, pois não esta estruturada no LOGOS, na no inconsciente coletivo da humanidade, ou seja uma verdade que esta para alem de qualquer explicação.
Recomendo um artigo que escrevi no meu blog sobre esse assunto.

http://jl-reflexoes.blogspot.com/2009/12/mito-como-expressao-da-fe.html

Você tem razão no tocante a seu ponto de vista, mas quando se vai analisar as questões de um povo onde suas praticas são diferentes das nossas, precisa mudar a óptica. Cristo pode ter sido movido por intenções políticas, mas veja que em nenhum momento ele falou de um reino terreno. Sua óptica era uma transcendência. Dizer que a razão era política pode ser o ponto de vista de um sociólogo, contudo não se pode afirmar que ele cristo tinha essa intenção. Os discípulos em nenhum momento deixaram transparecer que a mensagem que eles traziam visavam uma reforma social, e jamais veriam a atitude de cristo como suicida.
A revolução na epistemologia marxista foi justamente que toda a estrutura social tem sua gênese na dialética entre o homem e seu trabalho, dela imerge todas as demais estruturas, a ação produz a verdade contudo essa e legitimada pela classe dominante. A verdade de um assalariado não é a verdade do patrão e vive versa.
Quanto ao paladar mais uma vez é uma questão de habito, alguns alimentos que repugnam os ocidentais, são naturais para os ocidentais e assim por diante.
J.Lima, a verdade passa por três estágios: Primeiro, ela é ridicularizada. Segundo, ela é violentamente combatida. Terceiro, ela é aceita como auto-evidente. Pergunto: Onde encaixa a verdade simbólica?
Como disse o Levi; A verdade do mito não existe. Nós podemos impingir no mito a verdade que quisermos. Então Jesus pode ter sido um religioso, um filho de Deus, um fundamentalista, um político, um agitador ou um rebelde por ser um mito. Eu visto este mito com a minha verdade. Concorda?
Os discípulos não conheciam as verdades de Cristo, qualquer que fossem. Assim como os fiéis não acreditam no comércio político de sua igreja.
A fé genuina não acredita em variáveis.A verdade do fiel, não é a verdade do pastor. Você acha que a verdade de Edir Macedo é a mesma dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus? A boiada não sabe porque, nem se, está no frigorífico.
Hubner Braz disse…
J.Lima,

Estou vendo que o questionamento do "alimentar um corpo morto" está rendendo.

Agora fica uma dúvida... A ceia e pra lembrar a morte de Cristo ou a ressurreição? (´Sei que é uma pergunta pra leigos, rsrsrs)

O fato é que, o velho homem morrem dia após dia, até as celulas do nosso corpo são assim...

Agora comemorar como canibal a morte é um fato bem relevante, poderia ser semelhante a um fatality do Mortal Kombat.

Gostei da curiosidade sobre a vida dos índios que o DuDu trouxe pra nós... é bem esclarecedor... Também gostei de saber que os índios mudam de nome devido a alguns eventos que acontece na vida trazida pelo RODRIGO.

É bom para aumentar os conhecimentos... Agora que estamos inteirados. É dificil pensar que um simbolismo pode virar um ritual real. Isso é se eu posso chamar a prática de ritual.

A verdade é que a ceia é algo simbolico e ao mesmo tempo muito sério. Algo que faz lembrar de alguém, este alguém onipresente. Traz a lembraça que um Deus se fez de carne e habitou no meio de nós sujeitos as paixões e sem provar elas. Incrivél é ser este Deus.

Mais até o mortal Tai-Mailama(Nem sei como escreve, rsrsr) Dormia pelado com sua sobrinha pelada na mesma cama e sem fazer nada. Será que era apenas um teste ou ele queria provar a superioridade dele entre os humanos, a ponto de adorar ratos como deuses.

Pena que hoje é a vez do Levi para postar e eu estou atolado de serviço igual ao J.LIma mais voltarei... Fui...
Edson Moura disse…
Hubner, Tai-mailama? Seria este o primo do Dalai-Lama? rsss

Poxa vida! Começamos tão bem, falando da metamorfose do ser e acabamos novamente enveredando-nos pelos caminhos da religião...que pena!

Falávamos de uma metamorfose, transformação, quase transsubstanciação, empírica...e agora no final, estamos falando de um ato simbólico, uma metáfora usada por Jesus, para ser usada como representação de um ato nobre...altruísta.

Pergunto:

Isso tem mesmo que ser debatido aqui?

Será por falta de assunto?

Caramba Jota! Seu texto poderia render muitos comentários, mas que seguissem a idéia a ser transmitida. Não acredito que simbologia bíblica mereça ser comparada à metamorfose comportamental que o ser humano "sofre".

Só minha opinião é claro.

Abraços!
Edson Moura, a maior parte dos comentários versam sobre o assunto principal, a metamorfose. Acaso Cristo não foi uma? A religião também não é? Todos os assuntos ligados ao imaginário tendem a se encontrar no infinito. Andamos em círculo e caimos nos mesmos buracos.
Abraços.
Eduardo Medeiros disse…
altamarindo, tenho certeza que você conhece toda a carga de "verdade" que o mito tem. só algo que provocou a imaginação e os corações do homem pré-científico tiveram a honra de virarem mito.

em nossa pós-bostidade(ops, modernidade)existem muitos mitos tambémm, um deles diz que o que a ciência não pode provar não existe, não é verdade. logo, como a ciência não pode provar que eu admiro demais o charles champlim, então, eu devo mesmo está enganado...
Edson Moura disse…
Altamirando, também estari versando sobre o assunto principal se eu resolvesse falar da incrível metamorfose pela qual um urso-polar passa no inverno. O que estou dizendo, é que a maioria de nós, apenas isolou a última frase do professor J.Lima, e divagou em cima dela.

Ou seja. Um texto que tinha todos os espaços para que puidessemos discutir a permanência do homem atual, acabou cristalizado na figura de Jesus o mito.

Não pretendia ofender ninguém com minha colocação, se assim pareceu, desculpe-me.
Edson Moura disse…
Por favor, ignorem os erros de digitação, é que estou digitando do meu Iphone. rsss
Eduardo Medeiros disse…
edson, também não vejo qual o problema do assunto "metamorfose" caminhar para a religião. a metamorfose abarca a tudo e a todos, inclusive à religião. Aliás, a religião judaica antiga é uma das que mais provaram em si mesmo muitas metamorfoses; e estas transformações se deram não no espaço metafísico mas sim, no coração e mentes de quem construía o pensamento javista, eloísta, sacerdotal e cronista. (essas são linhas narrativas no at que muitas vezes divergem entre si devido às contantes metamorfoses teológicas).

toda metamorfose que se dá na compreensão do universo, de deus e de como ele agia na história (temas metafísicos) refletiam-se na sociedade real judaica e de como eles construíam sua visão de mundo.
Eduardo Medeiros disse…
hubner, respondendo sua pergunta, creio que a eucaristia quer lembrar a morte e não a ressurreição.
Edson Moura disse…
Eduardo, entendo o que você queira dizer, mas você não acha estranho que para falar de um texto tão atual, que nos faz refletir na vida de hoje, seja preciso conjugar os verbos no passado?

Concordo que a religião "foi" importantíssima para a humanidade, mas hoje já não considero. O que estou, ou estava querendo dizer é que, invariavelmente nossoas textos remetem à religião, e de meu ponto de vista, hoje, o homem sem religião é semelhante a um peixe sem bicicleta. (parafraseando Einstein)

Abraços capitão, e me responda uma pergunta: O próximo a postar sou eu, uma vez que você acabou de postar, ou este texto equivale a postagem do J.Lima?

Digo isso porque o Hubner deixou a entender que o Levi é o próximo.
Edson Moura disse…
Muito bem, já o a religião permeia toda exist~encia e como conseqüência deste fato, inerferre na metamorfose do homem, segundo alguns estudiosos da Confraria, gostaria de deixar explícita minha opinião, já que o professor não respondeu à minhas perguntas no primeiro comentário.

Será que a religião realmente foi causadora de um avanço real no sentido de uma afirmação da vida. Todas as religioes , catolicas e derivados dela, pregam a morte , são adoradoras da morte , ou seja , após a morte é que está a razão da existência do homem, o paraíso e todas as promessas fantásticas...

Eu acho que a religião catolica e as derivadas pregam exclusivamente a morte , elas negam a vida , uma vez que durante a vida nada se faz com pleno sentido , Deus programou tudo, ele sabe de tudo e ele tem o domínio de tudo apesar do "livre arbitrio".

Esta é considerada a maior forma de castração que já se ouviu. Se a religião ainda se mantém como cerne da metamorfose do homem, o que poderemos esperar para o futuro?

Ou melhor, onde poderíamos estar se a fábula de Deus e Jesus como seu correspondente na Terra não tivesse existido? Não se pode saber com certeza, mas podemos induzir que seria bem melhor, ou na pior das hipóteses, muito diferente.

É mais ou menos como se colocássemos uma raposa num galinheiro, ou deixássemos de colocá-la. Será que não podemos afirmar com quase certeza o que aconteceria, ou como seria a vida das galinhas?

Salvo situações em que as raposas forem vegetarianas.

A analogia é simplista mais já dá pra dar uma ideia de como seria a metamorfoose do homem sem a famigerada religião.

Abraços!
Edson Moura, você radicalizou dando uma importância, para a igreja, que ela nunca têve.Religião nenhuma causou avanço algum. Elas são retrógradas e cultuam o porvir prometendo felicidades pós-morte.
Você fala em livre arbítrio. Que arbítrio?
Seguir a Deus e ir para o céu ou não, e o inferno te espera. Que arbítrio?
Exemplificou bem a nossa situação religiosa como as galinhas e a raposa dentro do galinheiro. E foi pregado que a raposa era vegetariana. Sua finalização foi divina, tire a raposa do galinheiro.He, he, he...
Abraços.
Edson Moura disse…
Pois é Altamirando, mas vai falar isso pro Edu pra você ver!rsss

Quanto ao livre arbítrio que escrevi, note que coloquei aspas como sinal de ironia.

Abraços!
Levi B. Santos disse…
Tomás de Aquino, contorcendo-se para conhecer as suas entranhas, fez uma profunda prece, movido que foi por aquilo que em psicanálise se denomina: desejo de se “re-ligar” à parte “faltante” do ser humano, que ficou escondida ou arquivada em algum lugar secreto de sua mente:

“Concedei-me Senhor meu Deus
Uma inteligência que Vos conheça
Um zelo que Vos procure
Uma Ciência que vos encontre...”


Essa ansiedade por respostas vem de um impulso que brota das profundezas do INCONSCIENTE. E o sujeito na busca do paraíso perdido, do inexplicável, do “divino”, na verdade, o que está procurando é a si mesmo.

Somos sujeitos da “falta”. Somos loucos que buscamos o que não podemos conseguir. Somos consumidos por “essa falta” que nos faz desejar o inefável, mesmo sabendo da impossibilidade de alcançá-lo.

A religião é uma misteriosa marcha, Não sei de onde ela vem nem para onde vai. Todo dia quero rejeitá-la do fundo do meu peito, e não digo a ninguém, talvez por orgulho, que ela ainda traça o seu curso dentro de mim.
Enfeito-me de penas falsas e grito para todos ouvirem: “Não! Não é por aí que vou marchar!”

Só quando dia então amanhece, é que essa chama deixa de arder nas minhas entranhas, mas isso até que as trevas da noite voltem com o seu manto negro para me perturbar os sentidos, de novo.
À medida que passam os dias e as noites, vou vivendo essa minha metamorfose ondulante.

Até quando, não sei....
Edson Moura disse…
Bom gente, já que ninguém me respondeu se é a minha vez de postar, eu vou meter as caras e postar logo.

Se por ventura eu tiver passado à frente de alguém, favor excluir a postagem.

Obrigado!
J.Lima disse…
Edson
Li todos os comentarios e aquele em que voce diz
"Será que a religião realmente foi causadora de um avanço real no sentido de uma afirmação da vida".
Olha entendo que a religiao teve sim uma contribuicao positiva para a historia da humanidade, isso porque sem duvida se ele tolhe o homem castrando o seu potencial, por outro ele o ajuda a nao entrar em desespero com a consciencia da finitude.
Eu estou liberto dos dogmas da religiao, mas sinceramente teimo em crer na ressurreicao sei que e ilogico mas necessito da transcendencia, minha psique precisa agonizantemente se estruturar na continuidade da vida.
Na realidade o ponto de vista de que a religiao castra o homem é um ponto de vista de quem está fora dos seus dominios. Mas para quem está nela as vezes tem dúvida, mas ai entra o DESEJO.
A fé e produdo do desejo de viver,e se para viver depois da morte eu preciso negar essa vida, o desejo de viver leva o sujeito a negar a vida presente...
Para quem nao cre na transcendencia na continuidade pós morte, é um desperdicio, mas para quem cre, e a verdade que ele tem...
Por isso qualquer juizo positivo ou negativo da religiao e relativo, visto que o juizo tem como premissa a crenca ou nao no objeto de julgamento.
Abraco.
Anônimo disse…
J. Lima,

Quanto ao pavor da inexistência pergunto eu, ele teria surgido à partir da consciência da existência ou teria surgido simplesmente em uma era após o surgimento do produto da religião.

Ou seja, foi o medo da inexistência eterna que gerou o desejo religioso ou a religião impôs este medo, oferecendo uma suposta religião?

Eu por exemplo hoje estou muito feliz em acreditar que a minha morte realmente será minha morte. Acho que o pavor quanto ao que vai acontecer após a morte foi e é alimentado por aqueles que acreditam em algo pós-morte.

Não conheço ateus que ficam horas e horas ajoelhado pedindo para não deixar de existir, mas, vejo dia após dia religiosos morrendo de medo de uma existência infernal pós-morte.

Abraços,

Evaldo Wolkers.